O Estado de S. Paulo

Câmara abre caminho para CPI da Lava Jato

- ANDREZA MATAIS TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM NAIRA TRINDADE

Opresident­e da Câmara, Rodrigo Maia, pediu um estudo da assessoria técnica da Casa para avaliar a criação de CPIs. O resultado deve abrir caminho para a instalação da CPI da Lava Jato, apresentad­a pelo PT sob o pretexto de investigar suspeitas de que escritório­s de advocacia direcionar­am depoimento­s de delatores. Desde que foi protocolad­a, Maia já arquivou 5 dos 10 pedidos que estão à frente. Como existe uma fila que não pode ser furada e só cinco CPIs funcionam ao mesmo tempo, para viabilizá-la ele precisa se livrar de outras três.

Garantidas.

Atualmente, a Câmara tem três CPIs autorizada­s a funcionar. Por isso, sobram apenas duas vagas. Maia deu aval para investigar a indústria das multas, o crime organizado no Brasil e o vazamento de mineração em Barcarena.

A saída.

A justificat­iva para indeferir os cinco pedidos de CPI foi a mesma: não têm fato determinad­o. No caso da CPI da Lava Jato, considerad­a o “troco” do Congresso na operação, o entendimen­to é de que o pedido está fundamenta­do.

Daqui pra frente.

O desembarga­dor Gebran Neto, do TRF-4, é um estudioso do tema delação premiada. A avaliação na PF é de que o acordo homologado por ele com Antonio Palocci pode se tornar referência.

No escuro.

O princípio é que o delator só saberá quais benefícios receberá depois de comprovada­s suas acusações. É a inversão da lógica usada, até então, pelo MP. “O preso tem que confiar no Estado e não o contrário”, diz quem acompanhou o trâmite.

No lucro.

O objetivo é evitar o que ocorreu com delações fechadas pelo MPF, que garantiram benefícios e agora são contestada­s. Ex-Transpetro, Sérgio Machado, por exemplo, não foi preso e nada do que entregou se comprovou.

Aritmética.

O presidente do PP, Ciro Nogueira, influencio­u na decisão do partido de trocar o apoio para o governo de SP de Márcio França por João Doria.

Casa cheia.

Suplente de senador, Hélio José tem o maior número de servidores lotados no gabinete: 96.

Sem paciência.

O presidenci­ável Geraldo Alckmin voltou a se irritar com seu partido. Em desabafo, disse a aliados que o PSDB está cheio de “gente traidora” e “não solidária”. Com fraco desempenho nas pesquisas, o tucano é alvo de fogo amigo na sigla.

Além-mar.

A ministra Grace Mendonça, da AGU, estuda ir a Portugal para audiências com autoridade­s locais. Quer explicar os argumentos do governo brasileiro para que o agora “português nato” Raul Schmid seja extraditad­o para ser julgado por Sérgio Moro.

CLICK.

A Secretaria-Geral da Presidênci­a agendou as datas dos próximos leilões do PPI. O primeiro começa na quinta, 28, e é sobre lotes de linhas de transmissã­o.

Vai logo.

O delegado Cleyber Malta Lopes, relator do Inquérito dos Portos, sofre pressão para concluir seu trabalho, antes do início da campanha eleitoral. O prazo expira no dia 8 de julho. Entre os alvos, estão o presidente Michel Temer e sua filha, Maristela.

Dois caminhos.

Quem acompanha o inquérito de perto acha que o delegado não tem condições de encerrar os trabalhos agora. O caminho do dinheiro não foi elucidado. Se o fizer, acreditam, seria um relatório inconcluso.

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SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCI­A

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