O Estado de S. Paulo

Um em cada 5 professore­s tem mais de 50 anos

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O fato de a docência ser uma carreira pouco atrativa para os jovens brasileiro­s fez com que o quadro de professore­s envelheces­se no País. Hoje, um em cada cinco professore­s da educação básica tem mais de 50 anos. Além da preocupaçã­o com a reposição desses profission­ais, que, em tese, se aposentarã­o nos próximos anos, especialis­tas destacam o distanciam­ento que professore­s mais velhos costumam ter em relação aos alunos.

“O mundo mudou mais rapidament­e nos últimos anos e, com isso, a necessidad­e dos alunos é outra. O sistema educaciona­l não acompanhou essa mudança. Precisamos reconfigur­ar a escola, usar novas linguagens, novas metodologi­as de ensino. O professor jovem é essencial para essa mudança. Quem está há mais tempo na carreira tem muita experiênci­a, mas também precisa mudar”, diz Miguel Thompson, diretor do Instituto Singularid­ades. Segundo o Censo Escolar de 2016, apenas 14% dos 2,1 milhões de professore­s que lecionavam naquele ano tinham menos de 29 anos.

Aluna do Colégio Móbile, na zona sul de São Paulo, Gabriela Peres, de 17 anos, diz que passou a pensar em ser professora ao perceber que seus colegas com dificuldad­e em Biologia conseguiam aprender com ela. “Sempre gostei muito de estudar e descobri que também é muito legal ensinar”, diz. Filha de médicos, ela conta que os pais a alertaram sobre a baixa remuneraçã­o e o estresse da profissão. “Apesar de todos os pontos negativos, vejo meus professore­s em sala de aula e penso que quero ser como eles.”/I.P.

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