O Estado de S. Paulo

Racha na Argentina Clarín informa que atletas tiram comando de Sampaoli.

Jornal diz que atletas passaram a comandar equipe e pedem saída de Sampaoli

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A relação entre jogadores e o técnico Jorge Sampaoli é das piores possíveis na seleção argentina. Segundo o jornal Clarín, um grupo de atletas, entre eles o craque Lionel Messi, pediu para a Associação de Futebol da Argentina (AFA) a demissão do treinador antes mesmo da partida contra a Nigéria, na terça-feira, pela terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. Segundo o jornal, o ambiente dentro da seleção é “desolador” e piorou após a vexatória derrota por 3 a 0 para a Croácia, na última quinta-feira, em Nijni Novgorod, pela segunda rodada do Grupo D da Copa.

“Os mais bravos com Sampaoli são Lionel Messi, Sergio Agüero, Javier Mascherano e Lucas Biglia”, pontua o jornal. Eles são considerad­os os principais líderes da equipe. A turma teria ido conversar com o presidente da AFA e pedir a mudança do comando técnico para tentar salvar o time no Mundial. O problema, porém, é que para mandar Sampaoli embora, a federação teria de pagar multa rescisória de US$ 16 milhões (R$ 61 milhões) ao treinador, algo que é inviável para a entidade.

O presidente da AFA, Claudio Tapia, teve uma reunião com Sampaoli ontem e teria tirado a autonomia do treinador. Assim, a tendência é que os jogadores passem a decidir quais mudanças devem ser feitas na equipe e vão ignorar as ordens do técnico. Na prática, os jogadores tomaram o comando da Argentina na Rússia.

A AFA e os jogadores, tampouco Sampaoli, ainda não se manifestar­am oficialmen­te.

“Os subordinad­os e o suposto líder apenas falam o suficiente entre si como que para aparentar para o público que a relação entre todos está normal. Mas a realidade é outra: o clima é péssimo”, garante o jornal, um dos principais veículos de comunicaçã­o da Argentina.

Por fim, os atletas é que devem definir a escalação e possíveis alterações táticas para a partida contra a Nigéria.

A Argentina chega na última rodada da fase de grupos sem depender apenas de suas forças para se classifica­r. Se a Argentina empatar ou perder para a Nigéria estará eliminada. Se vencer, dependerá do jogo entre Islândia e Croácia, que se enfrentam na mesma hora. Se a Islândia vencer, a vaga poderá ser definida pelo número de gols, pelo número de cartões amarelos ou até mesmo em sorteio. A Croácia lidera o Grupo D com seis pontos e já garantiu vaga para a próxima fase da Copa.

No treino de ontem em Bronnitsy, perto de Moscou, o semblante dos jogadores era fechado. Não houve sorrisos e quase não se viu conversas.

Desmentido. O jornal Clarín afirmou que o atacante Sergio “Kun” Agüero, companheir­o de quarto de Lionel Messi, desmentiu a informação veiculada pelo jornal em conversa por telefone com o presidente da Argentina, Mauricio Macri. Os dois teriam se falado na sextafeira, quando Macri ligou para Agüero para saber como estava “o espírito da equipe”.

Macri e Agüero estreitara­m o relacionam­ento às vésperas da Copa, em um churrasco de despedida organizado pela federação argentina. Em sua resposta ao presidente, Agüero admitiu que o espírito da equipe não era o melhor, mas transmitia esperança. Ele afirmou que “não havia nenhum movimento para tentar tirar Sampaoli do cargo”, e que os jogadores não se insurgiram contra o treinador.

Agüero foi um dos atletas que jogaram lenha na fogueira da relação dos jogadores argentinos com o treinador. Na saída do estádio, depois da derrota para a Croácia por 3 a 0, um jornalista afirmou que Sampaoli “assumiu a responsabi­lidade pela derrota”, por não ter sido capaz de transmitir aos jogadores seu plano de jogo. Agüero, rispidamen­te, respondeu: “Pois então que Sampaoli diga o que quer”. E foi embora.

Messi isento. O ídolo argentino Diego Armando Maradona, presença frequente nos jogos da Argentina, roeu as unhas e chorou nas tribunas ao assistir a derrota da seleção por 3 a 0 para a Croácia No entanto, para o craque argentino, Messi não pode ser responsabi­lizado pelo fraco futebol apresentad­o pela seleção de seu país até agora.

“O Messi se posiciona, mas não passam a bola para ele. Isso é um problema de equipe, de organizaçã­o”, disse Maradona em seu programa De la mano del 10, do canal de televisão venezuelan­o Telesur. “Messi fez o que dava para fazer. É difícil ter de resolver os problemas dos seus companheir­os de equipe”, complement­ou.

Maradona quer conversar com os jogadores argentinos antes do duelo contra a Nigéria. Ele pediu para ter um encontro com o elenco. “Eu adoraria ter uma reunião com eles. Sofremos três gols da Croácia com os braços cruzados e sem que alguém colocasse a perna firme”, disse o ex-jogador.

O Messi se posiciona, mas não passam a bola para ele. É um problema de equipe Diego Maradona, SOBRE A SELEÇÃO ARGENTINA

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ALBERTO ESTÉVEZ/EFE Tensão. Sampaoli comanda treino, mas jogadores mal falam com ele

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