Uma camisa, duas torcidas: Brasil encontra a Argentina
Não tivemos problemas com os alemães, mas os argentinos não gostaram Carlos Augusto, ADVOGADO
Torcedores brasileiros inovaram na hora de provocar os rivais de Argentina e Alemanha. Eles estão usando camisas em duas cores: metade é da seleção brasileira e a outra metade tem as cores dos times que vão enfrentar nosso maior rival na América do Sul e a atual campeã mundial.
No empate entre Islândia e Argentina, o início do drama de Messi na Copa do Mundo, o time europeu ganhou o apoio dos brasileiros nas arquibancadas do estádio Spartak, em Moscou. Além de acompanharem o canto tradicional do povo de origem viking – aquele em que batem palmas pausadamente com os braços estendidos para cima –, os brasileiros foram um pouco mais provocativos. Um grupo mandou confeccionar uma camisa metade amarela, da seleção brasileira, e metade com as cores da Islândia: azul, vermelha e branca. E foram para o estádio torcer.
“Nós sabíamos toda a história da equipe da Islândia, que os atletas são semiprofissionais e estão estreando na Copa. Tivemos a ideia de fazer a camisa metade de um jeito e metade de outro. A camisa ficou muito bonito, muita chamativa”, diz o empresário Moroni Andrade, um dos autores da ideia.
A camisa fez sucesso em Moscou. Torcedores de outras nacionalidades queriam tirar uma foto do uniforme que retratava dois sentimentos: o apoio à seleção mais fraca, candidata à surpresa do Mundial, e a rivalidade histórica com a Argentina. “Os islandeses adoraram a ideia. Eles nos abraçavam e queriam tirar fotos e disseram que iam fazer uma camisa igual. Tiramos dezenas de fotos. Ficamos famosos no mundo inteiro”, completa o torcedor, que trabalha na área imobiliária em Ribeirão Preto, interior de São Paulo
O modelo criativo, confeccionado em São Paulo por R$ 32, criou problemas com os torcedores argentinos que estão angustiados com a possibilidade de serem eliminados na primeira fase. “Muitos argentinos ficaram bravos e começaram a nos xingar. Eles acham estranho a gente torcer para um time europeu e não para uma equipe sul-americana. Mas não dá para torcer pela Argentina”, conta o torcedor.
Contra a Alemanha. Outro grupo de torcedores levou a ideia para o jogo em que a Alemanha perdeu para o México, fez uma camisa com as cores da Croácia (segundo rival da Argentina), além de um modelo metade amarelo e metade azul para homenagear o segundo rival da Alemanha (Suécia). Eles não vão assistir a todos os jogos, mas estão pensando na festa antes e durante as partidas. A camisa com as cores do Brasil e do México também fez sucesso na entrada do estádio de Luzhniki. Os modelos também foram feitos no Brasil e custaram R$ 40.
“Os mexicanos gostam dos brasileiros desde a Copa de 1970. Na saída, nós comemoramos juntos a vitória, que foi histórica para eles”, contou o dentista Carlos Bezerra Bittencourt.
“Não tivemos problema com os alemães. Eles foram camaradas e levaram na esportiva. Mas os argentinos não gostaram”, diz o advogado Carlos Augusto Barreiro. “Tentamos fazer uma provocação em tom de brincadeira. Eles (argentinos) fizeram uma música para incomodar os brasileiros na Copa de 2014, mas não gostam quando são o tema das piadas por aqui”, opina o torcedor.
A música citada pelo torcedor é o hit da Copa de 2014:
Brasil decime qué se siente .No início do Mundial, os torcedores argentinos reviveram a canção na Praça Vermelha, ponto obrigatório de encontro das torcidas de vários países. Com o início da competição, no entanto, os argentinos pararam de cantá-la.