O Estado de S. Paulo

Liminar de Marco Aurélio não livra Cunha da prisão

- BRASÍLIA / A.P. e R.M.M.

Na véspera do recesso do Judiciário, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, mandou soltar ontem, em decisão liminar, o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso desde 2016 na Operação Lava Jato. Cunha, no entanto, vai permanecer preso, uma vez que existem contra ele outras três ordens de prisão.

Na decisão, o ministro do STF derrubou a prisão preventiva determinad­a pela 14ª. Vara Federal do Rio Grande do Norte. Nesta ação, Cunha e o também ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) são acusados de receber propina de empreiteir­as em troca de vantagens nas obras do estádio Arena das Dunas para a Copa de 2014.

A defesa de Cunha considerou a decisão “um resgate da legalidade e do respeito à Constituiç­ão”. “Essa prisão era absolutame­nte ilegal e desnecessá­ria. Ela foi decretada em um caso absurdo, em que nem mesmo os delatores de plantão se dispuseram a confirmar a leviana acusação”, disseram em nota os advogados Pedro Ivo Velloso e Ticiano Figueiredo.

Em junho, a Justiça do Distrito Federal condenou Cunha a 24 anos e 10 meses de reclusão, em regime inicialmen­te fechado, em processo derivado da Operação Sépsis, que investiga desvios no Fundo de Investimen­to do FGTS. Esse caso ainda não passou pela segunda instância da Justiça. Cunha também foi condenado, já em segunda instância, em ação sobre a compra de um campo petrolífer­o no Benin, na África, pela Petrobrás, em 2011.

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