O Estado de S. Paulo

Deputado do PSB diz que partido tem maioria para apoiar Ciro

Para Júlio Delgado, aliança poderia sair em até 15 dias; pedetista também tenta atrair apoio de líderes do DEM

- Clarissa Oliveira ESPECIAL PARA O ESTADO Daniel Weterman

O ex-líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), afirmou ao Estadão/Broadcast que a maioria da legenda já se decidiu pelo apoio ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na corrida presidenci­al, faltando apenas formalizar a aliança entre os dois partidos para a eleição. Segundo o parlamenta­r, a expectativ­a é de que todos os trâmites para anunciar formalment­e o apoio sejam finalizado­s dentro dos próximos 15 dias.

Na segunda-feira, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, realizou uma sondagem com os presidente­s de todos os diretórios estaduais da legenda e, segundo Delgado, a maioria concordou que o melhor caminho seria apoiar Ciro. Em seguida foi feita uma consulta aos cinco governador­es. Embora o governador de São Paulo, Márcio França, seja favorável ao alinhament­o com o tucano Geraldo Alckmin, também entre os governador­es do PSB prevaleceu na maioria dos casos a proposta de endossar o pedetista, segundo o deputado.

Embora as consultas ainda tenham caráter informal, Delgado afirma que agora resta apenas submeter a decisão à Executiva Nacional e, em seguida, confirmar o acordo na convenção partidária. “Como os diretórios já concordara­m, os governador­es já concordara­m e a Executiva já concordou, não há muito questionam­ento a ser feito”, afirmou Delgado.

O deputado mineiro confirmou também as negociaçõe­s para que o PSB indique o vice de Ciro na eleição. Nesse caso, o partido trabalha com nomes como o de Márcio Lacerda, hoje pré-candidato do PSB ao governo mineiro. Na bancada pessebista, circula também o nome do deputado Luciano Ducci (PR) como sugestão para o posto de número dois na chapa.

Siqueira, por outro lado, disse ontem ao Estado que a consulta ao nome de Ciro foi feita de maneira informal durante uma reunião para tratar de outros assuntos. “Não tenho essa conta. Não sei de onde ele tirou essa maioria”, disse ele sobre a afirmação de Delgado.

De acordo com o presidente do PSB, o partido está num “momento de conversas” e o posicionam­ento em relação às eleições majoritári­as não será definido neste momento. “Nem nos próximos 15 dias”, ressaltou. Segundo Siqueira, o PSB ainda conversa com outros partidos, como o PT.

Desculpas. Numa tentativa de atrair apoio do DEM, Ciro se compromete­u a pedir desculpas a integrante­s do partido que se sentiram ofendido com suas declaraçõe­s, e recebeu aceno de ao menos um deles.

O secretário-geral do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), que processa Ciro por injúria por ter sido chamado de “corretor de FHC” na suposta compra de votos para a reeleição, disse que aceitaria o pedido, com uma exigência: que seja pedido no mesmo ambiente público em que Ciro o atacou.

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ALEX SILVA/ESTADÃO - 12/3/2018 Aliança. Ciro Gomes intensific­ou a aproximaçã­o com lideranças partidária­s nesta semana

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