O Estado de S. Paulo

Premiê iraquiano manda executar todas penas de morte

Segundo o governo, determinaç­ão é em represália ao sequestro e à morte de agentes de segurança pelo EI

- BAGDÁ

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, ordenou ontem a execução imediata de extremista­s condenados à morte, em represália ao assassinat­o pelo grupo Estado Islâmico (EI) de oito homens, cujos corpos foram encontrado­s na véspera.

Em um comunicado, Abadi “determina a punição imediata dos terrorista­s condenados à morte e cujas penas chegaram ao grau decisivo”. A condição se refere ao esgotament­o de todos os recursos apresentad­os pelos réus e à ratificaçã­o da pena de morte pela presidênci­a da república. Isso significa a execução de aproximada­mente 300 pessoas, entre elas mulheres e estrangeir­os, que foram condenadas por fazer parte do EI, segundo dados do poder judicial divulgados em abril.

Há ainda um grande número de extremista­s condenados à prisão perpétua. A maioria é de turcos ou pessoas de ex-repúblicas soviéticas. “Nossas forças de segurança e militares considerar­ão cumprida a vingança contra essas células terrorista­s”, assegurou Abadi diante de altos comandante­s militares. “Prometemos matar ou prender aqueles que cometeram este crime”, acrescento­u.

Os corpos foram encontrado­s em Tel Sharaf, na Província de Salaheddin. Estavam em estado de decomposiç­ão e tinham cintos carregados de explosivos, indicou o Exército.

Seis dos sequestrad­os haviam aparecido muito machucados em um vídeo do EI. O grupo explicou que eram policiais iraquianos ou membros da força paramilita­r Al Shaabi.

No vídeo, difundido no sábado, os extremista­s ameaçavam executar os reféns caso o governo não libertasse em três dias mulheres sunitas detidas.

No entanto, Abadi assegurou que os corpos indicavam que os reféns já estavam mortos quando o vídeo foi difundido pela rede de propaganda do EI.

Abadi também ordenou ontem às forças antiterror que persigam e acabem com as células jihadistas que permanecem escondidas em território do Iraque. “Prometemos aos cidadãos (iraquianos) acabar com estas células”, indicou Abadi em comunicado.

Segundo o premiê, o EI não controla nenhuma região do território iraquiano, embora haja elementos “escondidos nas montanhas que foram usadas há muito tempo pelos terrorista­s como refúgios”, sem detalhar onde.

O Iraque anunciou a derrota do EI em dezembro, após uma violenta campanha que implicou na destruição de cidades como Mossul. O grupo, contudo, mantém presença em zonas desérticas fronteiriç­as com a Síria.

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ALAA AL-MARJANI/REUTERS Violência. Enterro de policial sequestrad­o e morto pelo EI

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