Governo central tem rombo de R$ 11 bi em maio
O aumento na arrecadação e o pagamento de dividendos por bancos estatais contribuíram para que as contas do governo central, que reúne Tesouro Nacional, INSS e Banco Central, fechassem em maio com o menor déficit para o mês desde 2015. O rombo de R$ 11 bilhões foi menor que o esperado, mas o próprio governo alertou que os dados não refletem as condições estruturais das contas públicas.
O resultado ainda não traz impactos do bolsa caminhoneiro, o programa de subsídio ao diesel que prevê o desembolso de R$ 9,5 bilhões em 2018 para compensar a Petrobrás pelo represamento nos reajustes do combustível, além de R$ 4 bilhões em renúncias de receitas.
Outro motivo de cautela é que os ministérios desembolsaram até maio R$ 12,8 bilhões abaixo do limite de pagamento já liberado. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, explicou que a “sobra” de recursos se deve muitas vezes à velocidade de execução das ações, mais lenta que a liberação do dinheiro. O problema é que a verba fica parada no ministério e na maioria das vezes é carimbada por lei, ou seja, não pode ser redirecionada a outra área que esteja precisando.
Apesar das ressalvas, o Tesouro destacou que houve pagamento de dividendos de R$ 2,8 bilhões pela Caixa e de R$ 1,5 bilhão pelo BNDES, o que reforçou o caixa do governo. Ainda houve incremento na arrecadação e economia de despesas com precatórios (pagamentos devidos pela União após sentença definitiva na Justiça), antecipadas para março e abril.
O Tesouro e o Banco Central conseguiram poupar R$ 59,8 bilhões de janeiro a maio. Mas essa economia vai pelo ralo quando se juntam os dados do INSS, que teve déficit de R$ 76,3 bilhões no período.