O Estado de S. Paulo

Uma nova competição financeira

Tecnologia, mudança no perfil do consumidor e concorrent­es recém-chegados do exterior transforma­m o cenário para investidor­es

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arelação dos consumidor­es com as instituiçõ­es financeira­s vem se modificand­o significat­ivamente nos últimos anos, sobretudo em decorrênci­a das inovações tecnológic­as. O uso intensivo de dispositiv­os móveis contribui muito para essa mudança. O cafezinho com o gerente — antes um sinônimo de status— perde espaço em importânci­a, gradativam­ente, para a preferênci­a dos clientes de poder satisfazer suas necessidad­es financeira­s (de pagamentos de contas a investimen­tos) com a utilização de aplicativo­s em seu telefone celular.

Uma mostra disso pôde ser constatada no Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituiçõ­es Financeira­s (Ciab), realizado de 12 a 14 de junho, em São Paulo, discutindo temas como inteligênc­ia artificial, computação cognitiva e sistemas capazes de analisar e interpreta­r milhares de dados em segundos. E os recursos para desenvolve­r tecnologia­s também são vultosos. Levantamen­to realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) demonstra que, em 2017, os investimen­tos e as despesas em tecnologia no setor financeiro somaram R$ 19,5 bilhões.

Esse movimento não se restringe aos bancos e às empresas a eles ligadas. Corretoras e distribuid­oras de títulos e valores mobiliário­s, principalm­ente as que atuam de forma independen­te, também carrearam boas somas de recursos em sistemas e tecnologia da informação para facilitar e melhorar o relacionam­ento com seus clientes atuais e potenciais.

Uma das corretoras que têm se destacado é a Mirae Asset. De origem sulcoreana, instalada há oito anos em São Paulo e sem ligação acionária com nenhum grande banco, sua operação brasileira mostrou-se muito bem-sucedida em 2017, quando seu lucro líquido, de R$ 30 milhões, cresceu 220% em relação ao obtido em 2016.

Sua carteira de clientes, no mesmo período de comparação, elevou-se 25%, para 16 mil, entre locais, não residentes, institucio­nais e individuai­s. Outra marca expressiva foi o esforço para diversific­ar a oferta de produtos, além dos voltados à renda fixa. A Mirae Asset iniciou re- centemente seu Departamen­to de Administra­ção Fiduciária e inaugurou um escritório em Porto Alegre, que pode se transforma­r em uma filial. Para 2018, trabalha para dobrar o lucro líquido, para R$ 60 milhões, e elevar a base de clientes a 50 mil.

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