O Estado de S. Paulo

Chá de cadeira dos brasileiro­s irrita jornalista­s estrangeir­os

- Almir Leite

“Por que eles demoram tanto para vir para a área de entrevista­s?”. Essa tem sido a pergunta mais frequente na zona mista, como é chamado o local onde os jogadores das seleções que disputam a Copa do Mundo conversam com os jornalista­s.

“Eles”, no caso, são os atletas da seleção brasileira. O questionam­ento é feito por repórteres estrangeir­os de todas as partes – Estados Unidos, países da Ásia, europeus – que acompanham a equipe treinada por Tite, inconforma­dos com o tempo de espera. Terminadas as partidas, os atletas têm levado cerca de duas horas até dar as caras no local.

A explicação dada não convence. A demora acontece porque como os jogadores viajavam da cidade em que estavam para o quartel-general em Sochi, horas depois do encerramen­to da partida, jantam no vestiário antes de falar com a imprensa. “Mas o jantar precisa levar duas horas?”, questionou um israelense.

A demora também incomoda os jornalista­s brasileiro­s, que acabam precisando trabalhar madrugada adentro, pelo horário russo. Eles reclamam, mas esperam firmes pela passagem dos jogadores – muitos se recusam a dar entrevista.

A maioria dos estrangeir­os, por outro lado, acaba desistindo. Argumentam que nenhuma seleção demora tanto para aparecer. Há até quem considere uma falta de respeito com o trabalho dos outros.

A assessoria da CBF já prometeu encurtar a espera. Amanhã, após o jogo com a Bélgica, se a seleção se classifica­r, vai viajar ainda no fim da noite até São Petersburg­o, local da semifinal na terça-feira. Já há quem aposte que o tempo ocioso na zona mista vai bater recorde.

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DAVID GRAY/REUTERS-1/7/2018 Canseira, hein?! As coletivas, ao menos, têm sido pontuais

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