O Estado de S. Paulo

Rede de Compras Públicas visa a prevenir fraudes

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Com o objetivo de poupar custos e evitar fraudes, o Ministério do Planejamen­to, Orçamento e Gestão criou a Rede Nacional de Compras Públicas, que possibilit­a reunir em um só local informaçõe­s sobre aquisições de produtos diversos pelo governo federal, pelos Estados e prefeitura­s. Haverá um compartilh­amento constante de cotações de preços, levando em conta naturalmen­te as variações regionais.

Se funcionar como se espera, a Rede pode permitir uma visão mais ampla dos preços praticados no mercado pelo maior número possível de fornecedor­es, o que favorece a concorrênc­ia e pode levar, em muitos casos, à redução de gastos. Com conhecimen­to em escala nacional dos preços correntes de uma vasta gama de produtos, é mais fácil identifica­r e coibir fraudes, o que representa um novo mecanismo de combate à corrupção.

Há Estados que já adotaram sistemas unificados de compras para ganhar em volume, reunindo em uma só licitação as encomendas de diversos órgãos, o que funciona também para corrigir eventuais distorções de preços. O Estado de São Paulo já o faz por meio de sua bolsa eletrônica de compras. Outros Estados utilizam serviços de compras do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

As prefeitura­s, principalm­ente as de pequenos municípios, não têm muitas vezes condições para fazer uma verificaçã­o mais precisa dos preços de suas compras, o que abre brechas para maus negócios ou para negócios escusos. Às vezes, o prefeito prefere fazer compras de materiais na papelaria da esquina, comenta Gleisson Cardoso Rubio, secretário executivo do Ministério do Planejamen­to. Mesmo que isso não ocorra exatamente, o número de fornecedor­es tende a ser limitado.

“Quanto mais precária é a coleta de informaçõe­s de fornecedor­es, maior a chance de o preço tomado ser superestim­ado”, afirma Rubio. Ainda hoje há órgãos públicos que recorrem aos próprios fornecedor­es para fazer a cotação de preços.

Com a instituiçã­o da Rede Nacional de Compras, o País alinha-se a uma recomendaç­ão da Organizaçã­o para Cooperação e Desenvolvi­mento Econômico (OCDE), embora não faça parte do organismo. A Rede é de grande valia para fins estatístic­os, viabilizan­do um cômputo nacional de custos de compras governamen­tais, antes impossível por causa das informaçõe­s fragmentad­as.

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