Fundador da chinesa HNA morre na França
Grupo chinês enfrentava pressões da China para reduzir gastos; venda de fatia na Azul foi fechada na semana passada
Wang Jian, cofundador e presidente do conselho do grupo chinês HNA, que era o maior acionista da companhia aérea Azul até sexta-feira passada, morreu ontem, no Sul da França. Ele caiu de um muro enquanto tirava fotografias em um ponto turístico na localidade de Bonnieux. O executivo se desequilibrou e caiu de uma altura de dez metros, sofrendo ferimentos fatais. O caso é tratado como acidente, mas ainda será alvo de investigação.
A morte de Jian ocorreu num momento complicado para a HNA, que está sob a vigilância do governo chinês após uma série de altos investimentos internacionais, como o controle da rede hoteleira Hilton e uma fatia de 10% no Deutsche Bank – ambos os investimentos foram reduzidos, diante da pressão de Pequim.
O mesmo ocorreu no Brasil. O grupo comprou uma fatia de 23,7% na Azul, no fim de 2015, por cerca de R$ 1,7 bilhão. Na semana passada, em uma operação avaliada em US$ 320 milhões (R$ 1,25 bilhão), os chineses venderam os 17,2% que ainda detinham na companhia. Desta forma, a brasileira Trip e a americana United Airlines passaram a ser os maiores acionistas da aérea, que tem papéis negociados em Bolsa.
Com a morte de Jian, o processo de venda de ativos internacionais da HNA terá de ser tocado por Chen Feng, que ajudou a fundar o negócio, e pelo executivo Adam Tan. Ao Financial Times, Shen Meng, diretor do banco de investimento Chenson & Co., lembrou que Jian, aos olhos do mercado, Jian era quem dava as cartas no grupo.