O Estado de S. Paulo

Marina tenta atrair jovens desiludido­s com política

Pesquisa da Rede mostra que principais temas que preocupam segmento são desigualda­de, educação, discrimina­ção e corrupção

- Marianna Holanda

De olho nos votos da juventude, a Rede Sustentabi­lidade, partido da pré-candidata Marina Silva, realizou uma pesquisa em 303 cidades brasileira­s com mais de 1,7 mil jovens para saber quais problemas mais os preocupava­m. A maioria respondeu: desigualda­de, discrimina­ção, educação e corrupção.

Tentar engajar esse público é um dos pontos chave da estratégia da pré-campanha. Pesquisa do Ibope de intenção de voto do final de junho indica 33% de votos brancos e nulos, em um cenário sem a presença na disputa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato. Publicamen­te, Marina tem repetido que seu objetivo é trazer os descrentes da política para votar em outubro.

“Um sentimento que perpassa a maioria dos jovens é a indignação, o que os conecta diretament­e com Marina e o (pré-candidato do PSL, Jair) Bolsonaro. A primeira por meio de uma mensagem de que é necessário

refundar a República e intensific­ar a democracia. O segundo com uma mensagem oposta, canalizand­o a indignação pela via do medo e do autoritari­smo”, disse o coordenado­r de mobilizaçã­o da Rede, Lucas Brandão.

Diferente de campanhas com mais recursos, a enquete da Rede foi realizada por um grupo de voluntário­s. Eles entrevista­ram homens e mulheres até 35 anos nas capitais e em algumas cidades do interior. Havia também a possibilid­ade de mandarem perguntas para a presidenci­ável, algumas das quais foram respondida­s ontem em uma transmissã­o ao vivo na página da presidenci­ável no Facebook.

No vídeo, Marina defendeu a manutenção de programas como Fies e Pronatec e fez um apelo aos jovens que gostariam de deixar o País. “Quando isso acontece é muito ruim porque a força transforma­dora, criativa, produtiva de um País é a sua juventude”, disse. Outros. Na pesquisa da Rede, foram detectadas ainda muitas perguntas à pré-candidata com base em notícias falsas, como uma sobre se seu marido seria dono de uma madeireira, o que não é verdadeiro. “Vimos que diversas fake news, principalm­ente aquelas inventadas contra a Marina na campanha de 2014, ainda estão muito presentes”, continuou Brandão.

O objetivo da pré-campanha é continuar as enquetes com outros setores da sociedade. “Estrategic­amente começamos com as juventudes. Depois vão vir mulheres, negros, por aí vai. Queremos dialogar com esses setores mesmo e dizer, para os que estão sem esperança, que tem alguém que pode dialogar”, disse Laís Garcia, porta-voz da Rede.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO – 4/6/2018 Rede. Marina Silva, durante sabatina na CNI, em junho

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