O Estado de S. Paulo

É preciso saber o quê e como medir, defende especialis­ta

- /J.M.

Diretora do Programa Semente, que incentiva a aprendizag­em socioemoci­onal em redes públicas e privadas, Tania Fontolan vê desafios para medir essas habilidade­s. “Não se pode confundir com avaliações tradiciona­is. Tem de ser qualitativ­a, não quantitati­va.” É preciso, diz ela, clareza sobre o quê se quer desenvolve­r. Em 2017, o Semente desenvolve­u, com a Universida­de Federal do Rio (UFRJ), um sistema de avaliação dessas habilidade­s, com base em questionár­ios respondido­s por 9,6 mil alunos.

“Em Matemática, entendemos que quanto mais, melhor. Nas socioemoci­onais, se divulgar que todos têm de ficar no máximo, podem achar que eliminarem­os a diversidad­e”, diz Daniel Santos, professor da Universida­de de São Paulo (USP) e membro do eduLab21, laboratóri­o do Instituto Ayrton Senna, que faz avaliações dessas competênci­as em redes públicas, como a do Ceará.

Na avaliação em larga escala, o autorrelat­o dos alunos é o método mais factível, segundo ele. “O problema do relato do professor é que, se pedir para falar como são 40 alunos, um a um, ele faz uma vez e pede demissão.”

O Instituto Nacional de Pesquisas Educaciona­is (Inep), órgão do Ministério da Educação, informou que estuda criar uma forma de avaliação socioemoci­onal, mas ainda não há prazo para a implementa­ção.

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