Ofertas subsequentes de ações ainda devem resistir
Se de um lado as ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) devem ficar em compasso de espera até a definição do cenário eleitoral em outubro, as ofertas subsequentes (follow ons) podem movimentar o mercado nesse ínterim. Não será, contudo, uma onda. Apenas alguns casos pontuais, com foco especialmente nas companhias exportadoras, que vivem bom momento na bolsa, influenciadas pela taxa de câmbio, que oferece impulso em suas receitas. Neste ano, o mercado brasileiro foi palco de três aberturas de capital (IPO), que somaram, juntas, cerca de R$ 7 bilhões. Até aqui, contudo, nenhuma empresa já listada fez uma nova emissão de ações (follow on), seja para levantar recursos para seu caixa ou para que acionistas vendessem suas participações no mercado.
Água fria. No início deste ano havia uma expectativa bastante otimista para 2018, depois de muita movimentação das companhias em 2017, quando as ofertas de ações movimentaram cerca de R$ 42 bilhões na B3.
Peneira. A seletividade dos investidores, no entanto, levou algumas empresas que buscavam abrir capital neste ano a postergarem suas operações. Ficaram no caminho Agibank, Banrisul Cartões, Bunge Açúcar e Bioenergia, JHSF Malls, Blau Farmacêutica e Ri Happy. Já Intermédica Notredame, HapVida e banco Inter estrearam na B3 em abril.
Puxa o freio. Temendo que o projeto que chegou à Camara dos Deputados para alteração na lei de recuperação judicial siga adiante em seu atual formato, entidades se mobilizam em Brasília para frear os trâmites que, eventualmente, pudessem levar à sua votação ainda este ano. Basicamente, o que está sendo desenhado pelos envolvidos para arrastar o processo é recomeçar o projeto do zero. Para esse trabalho, a Câmara contaria com o auxílio de advogados que aconselharam a equipe do então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e que também não gostaram do desenho final do projeto.
Abafa. O movimento tem como base a percepção de que o projeto está distorcido em relação ao proposto inicialmente pelo grupo de trabalho, beneficiando excessivamente o Fisco e pouco as empresas e credores. O projeto de lei chegou à Camara dos Deputados em maio, após gestação de mais de um ano no Ministério da Fazenda.
Corrida. O aumento da volatilidade do mercado fez com que investidores direcionassem recursos para certos fundos de renda fixa, com destaque para os de crédito corporativo. Levantamento realizado pela XP Investimentos mostra que cinco fundos dessa modalidade foram fechados para novas captações nas últimas semanas, por terem atingido seus limites. Juntos, esses fundos somaram captação de R$ 4,2 bilhões neste ano. Outros dois estão bem próximos de também fecharem para captações.
Não são só rosas. O quadro geral para os fundos de renda fixa, contudo, é de saída. A instabilidade econômica provocou, segundo os últimos dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), resgate de R$ 25,9 bilhões dos fundos de renda fixa em junho. Do patrimônio líquido de R$ 4,3 trilhões da indústria de fundos, 45,2% correspondem aos de renda fixa.
Diversificação. Atenta ao movimento de diversificação de investimento dos brasileiros no exterior, a desenvolvedora de hotéis Driftwood elegeu o País como prioridade estratégica. Não é para menos. Nos últimos dois anos, o número de brasileiros que investem nos projetos da empresa cresceu 159,8%, fazendo com que já representem 35% do total dos investidores com negócios com a Driftwood. Por ano, a Driftwood, que tem mais de US$ 1 bilhão em ativos, gera US$ 350 milhões em receita com hospedagem, alimentação e eventos nos hotéis. É isso que compõem o retorno para o investidor.
Bye-Bye Brasil. A manutenção pelo governo norte-americano do investimento mínimo de US$ 500 mil para obtenção do Green Card, por meio do Programa EB-5, é considerado pela Driftwood como mais um atrativo para os brasileiros. Mas com US$ 100 mil é possível ter uma participação societária em hotel de marca líder de mercado, como Marriott ou Hilton, com retorno mínimo de 15% na saída, que ocorre, normalmente, em cinco anos.