Panamera Turbo mescla o elegante e o eletrizante
Cupê de quatro portas da Porsche tem motor V8 4.0 biturbo de 550 cv e 78,5 mkgf e tabela a partir de R$ 981 mil
Poucos veículos oferecem uma combinação tão irresistível como o Panamera Turbo. Ao reunir características de sedã de luxo e esportivo, esse Porsche seduz o motorista em diversas situações e recompensa regiamente quem se dispõe a desembolsar os R$ 981 mil iniciais.
A cabine é uma boa síntese das várias vocações do modelo alemão. Os bancos do tipo concha têm desenho esportivo, mas os revestimentos em sóbrias tonalidades de couro (preto, marfim e caramelo) entregam a sofisticação esperada em um carro dessa faixa de preço.
O visual do painel é enxuto e elegante. Boa parte dos controles migrou para a tela central de alta definição de 12,3 polegadas. Além dos comandos habituais do ar-condicionado, sistema multimídia e navegador GPS, por meio dela dá para ajustar a altura da carroceria, mudar o som que sai do escapamento e configurar os diversos sistemas eletrônicos de assistência.
Os instrumentos mesclam conta-giros e velocímetro analógicos com uma tela digital, cujo conteúdo pode ser selecionado por um botão no volante.
Quatro pessoas viajam com conforto de sobra. Atrás, mesmo passageiros altos dispõem de bom espaço para cabeça e pernas. Há dois bancos individuais com ajustes elétricos separados por um console central no qual ficam os comandos do ar-condicionado (para cada ocupante), além de porta-copos e duas entradas USB.
Nervoso. Se nas ruas o Panamera Turbo agrada pela quantidade e qualidade de mimos a bordo, na pista o Porsche revelou seu lado nervoso. O motor 4.0 V8 biturbo mostrou o que 550 cv de potência e 78,5 mkgf de torque podem fazer.
Aliado ao câmbio automatizado PDK de dupla embreagem, que substitui o Tiptronic S nas linhas Panamera, Macan, 911 e 718, garante aceleração brutal e no mesmo nível da de esportivos puro-sangue: 0 a 100 km/h em meros 3,6 segundos, de acordo com a Porsche.
As trocas de marcha ocorrem
de forma quase tão rápida quanto o nível de adrenalina do motorista. Em um pulo, o Porsche passa dos 200 km/h – e, se não fossem as curvas do Autódromo de Interlagos, iria bem mais longe, já que a velocidade máxima é de 306 km/h.
As respostas diretas de direção
e suspensão e a presença do controle de estabilidade transmitem segurança. O carro “veste” o motorista, em que pesem suas grandes dimensões.
Para quem quiser mais emoção, há os modos de condução Sport e Sport +, que ajustam mais de 20 variáveis e apimentam
o desempenho. Há ainda a tecla Sport Response, que faz as turbinas trabalharem com pressão máxima por 20 segundos, dando injeção extra de fôlego em momentos cruciais, como ultrapassagens.
Ao mesmo tempo, o Panamera não parece ser cansativo fora das pistas. O rugido do motor não se impõe o tempo todo e, em situações que exigem baixa potência e torque, quatro dos oito cilindros são desligados para poupar gasolina.
Só não dá para esperar que o mesmo rodar macio percebido na pista lisa se repita nas ruas das grandes cidades brasileiras. Como a suspensão tem ajuste bem firme, voltada à esportividade, qualquer irregularidade do piso será repassada aos ocupantes do Panamera Turbo.