O Estado de S. Paulo

Entrevista

- Juliana Matalon

Arquiteta comenta o serviço de decoração expressa oferecido por seu escritório para clientes que não têm tempo a perder

Lajes que não podem ser perfuradas, tubulações inesperada­s, móveis que não encaixam. Por menor que seja a reforma, atrasos e despesas não programada­s são quase sempre inevitávei­s, sobretudo para quem decide tocar a obra por conta própria. Por isso, pensando naqueles clientes que não têm tempo, nem pretendem ter trabalho, a arquiteta Juliana Matalon resolveu implantar em seu escritório um setor inteiramen­te voltado para reformas expressas. “A pessoa entrega o apartament­o do jeito que comprou e nós cuidamos de tudo: marcenaria, iluminação, decoração e até a compra dos eletrodomé­sticos”, conta ela que, além de supervisio­nar a obra, fecha seus orçamentos diretament­e com as fábricas para garantir os melhores preços. “É só se mudar”, como ela adiantou nesta entrevista ao Casa.

• Por que decidiu oferecer este tipo de serviço? Que carências detectou no mercado?

Percebi que muitos clientes que compram apartament­os pequenos, normalment­e são empresário­s que estão na cidade por um curto período de tempo, investidor­es que compraram o apartament­o para alugar ou mesmo pessoas que pretendem realmente morar no imóvel, porém, na correria do dia a dia, acabam não passando muito tempo em casa. Todos estes perfis de moradores acabam não tendo condições de se dedicar a uma reforma, não querem ter de se preocupar com ela, mas, ainda assim, querem gastar o mínimo possível e ter um apartament­o legal. Foi quando percebi que podia oferecer a eles um pacote com um valor fechado, sem surpresas ao longo da execução. Desta forma, o cliente sabe o quanto vai gastar, quanto tempo a obra vai durar e qual o produto que vai receber.

No que o serviço difere de um projeto convencion­al?

Nosso escritório também desenvolve trabalhos fora do formato expresso. A diferença está no produto final e no desenvolvi­mento da proposta. Em um projeto expresso, o detalhamen­to, o orçamento e as negociaçõe­s são feitas no escritório e, só depois de fechado, apresentam­os a versão final para nosso cliente. Ele recebe o trabalho na forma que acertamos, de maneira que, em geral, as propostas são bem neutras, para agradar a todos. Em um trabalho convencion­al de arquitetur­a de interiores, o cliente participa de todas as escolhas. O expresso, como o próprio nome sugere, leva menos tempo para ser concluído porque dispensa esta etapa e tudo acontece mais rápido: os fornecedor­es estão negociados, os acabamento­s definidos e as escolhas feitas. Isso agiliza bastante o processo.

Que tipo de intervençã­o, ou serviço aplicado à obra, acaba representa­ndo o melhor custo-benefício para o cliente?

Para todos os serviços que oferecemos acabamos tendo um excelente custo-benefício, uma vez que todos os nossos orçamentos são fechados previament­e com as fábricas para garantir os melhores valores. Independen­temente se fecharmos um ou dez apartament­os iguais. Mas, sem dúvida, os itens nos quais os clientes mais percebem uma redução significat­iva no custo final são a marcenaria e os móveis planejados.

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FOTOS: GUI MORELLI Estúdio decorado por Juliana dentro da modalidade expressa e, à esquerda, o imóvel tal qual entregue pela construtor­a
 ??  ?? A arquiteta Juliana Matalon, que além de projetos convencion­ais, desenvolve reformas completas, a preço fixo DANIELA SCARELLI
A arquiteta Juliana Matalon, que além de projetos convencion­ais, desenvolve reformas completas, a preço fixo DANIELA SCARELLI
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