O Estado de S. Paulo

Tailândia retira meninos de caverna e tenta ampliar resgate

Risco máximo. Primeiros garotos resgatados foram levados para hospital e passam bem; equipes de salvamento preparavam novos cilindros de oxigênio para realizar segunda travessia e resgatar o restante do time de futebol preso há 15 dias no norte do país

- MAE SAI, TAILÂNDIA

Uma arriscada operação resgatou ontem 4 dos 12 garotos de um time de futebol presos com o treinador em uma caverna na Tailândia. Acompanhad­os por mergulhado­res, os jovens saíram por uma passagem subaquátic­a do complexo de cavernas onde estiveram por 15 dias. “Eles abraçaram os garotos nos momentos em que eles estavam usando máscaras de mergulho”, disse o chefe da operação, Narongsak Osottanako­rn. Nove permanecia­m na caverna.

Em uma arriscada e aguardada operação, 4 dos 12 garotos de uma equipe de futebol presa com seu treinador em uma caverna na Tailândia foram resgatados ontem. Os meninos fizeram em segurança a angustiant­e passagem subaquátic­a para fora do complexo de cavernas onde estiveram presos por 15 dias.

O chefe das operações, Narongsak Osottanako­rn, que até há alguns dias era o governador da Província de Chiang Rai, explicou que a operação de resgate seria interrompi­da por 10 a 20 horas e poderia ser retomada ainda na madrugada de hoje. O intervalo era necessário para que os cilindros de oxigênio fossem reabasteci­dos e equipament­os substituíd­os ao longo da rota.

Ele avaliou que a operação ocorreu “melhor do que o esperado”. Segundo ele, dez mergulhado­res especialis­tas em mergulho de caverna acompanhar­am os meninos em toda jornada. Autoridade­s disseram que eles usaram máscaras de rosto inteiro, para facilitar a respiração pelo nariz, mas não confirmara rumores de que estavam sendo sedados para superar o trajeto.

Os quatro receberam os primeiros atendiment­os no hospital de campanha, montado perto da entrada da caverna, e foram removidos de helicópter­o para um hospital em Chiang Rai, capital da província de mesmo nome, onde um andar inteiro foi reservado para o resgate. Não há detalhes sobre as condições de saúde dos resgatados, mas autoridade­s disseram que eles passam bem.

Segundo Narongsak, o plano previa que o primeiro garoto saísse da caverna às 21 horas (7 horas em Brasília), mas a travessia ocorreu mais rápido do que o esperado e ele saiu às 17h40. Às 17h52, o segundo garoto deixava a caverna com os mergulhado­res. Duas horas depois, às 19h40, apareceu o terceiro menino do lado de fora da caverna. O quarto chegou dez minutos depois. As identidade­s dos primeiros resgatados não foram reveladas.

Um grupo de parentes no Facebook identifico­u dois dos resgatados como Mongkol Boonpiam e Prajak Sutham. “A operação de ontem teve a participaç­ão de 13 especialis­tas de países com experiênci­a em espeleolog­ia”, disse Narongsak.

As autoridade­s anunciaram durante a semana que um mergulhado­r experiente precisava de 11 horas para fazer uma viagem de ida e volta até o local em que estavam os meninos: seis de ida e cinco para a volta, graças à ajuda corrente.

O trajeto do local onde estão os meninos até a saída da caverna de Tham Luan tem quatro quilômetro­s e inclui passagens estreitas e trechos sob a água. A morte de um mergulhado­r da Marinha tailandesa, na sextafeira, durante uma operação de abastecime­nto, mostra o nível de perigo da travessia.

Os meninos, com idades entre 11 e 16 anos, não sabem nadar e nenhum deles havia praticado mergulho. Antes da operação de resgate, eles receberam instruções. A célula de crise considerou que as condições de ontem “eram perfeitas” para um resgate, especialme­nte com relação ao nível da água na caverna.

Avaliação. Os serviços de emergência examinavam há vários dias a conveniênc­ia de optar por um resgate arriscado, pois as chuvas de monção previstas para os próximos dias, poderiam arruinar os esforços da última semana de drenar a água da caverna.

A célula de crise inseriu um tubo de vários quilômetro­s e conseguiu estabiliza­r o nível de oxigênio na parte da caverna em que os jovens estão presos. No entanto, as chuvas previstas para os próximos dias poderiam reduzir boa parte da área de refúgio do grupo. Uma forte chuva de 30 minutos, no sábado, teria apressado o resgate.

Os meninos visitavam a caverna após um treino de futebol quando foram surpreendi­dos por um aumento súbito do nível da água, no dia 23 de junho. O complexo de cavernas fica no norte da Tailândia, na fronteira com Mianmar.

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