O Estado de S. Paulo

Unidades têm Wi-Fi e até jogo de boliche virtual

Idoso usa smartphone dado pela família; rede pública também oferece formação em tecnologia para esse público

- P.F.

Além do contato com smartphone­s durante as oficinais de tecnologia, os moradores dos residencia­is para idosos usam aparelhos dados pelos parentes. Por isso, a rede interna de Wi-Fi se tornou uma necessidad­e.

Dos 370 residentes nas seis unidades do Cora Residencia­l Sênior, pelo menos 30 usam algum tipo de tecnologia. As aulas de informátic­a e de smartphone estão começando a atrair adeptos. O Cora tem atividades do tipo em suas seis unidades na capital, em bairros como Jardins e Higienópol­is, na região central de São Paulo.

“É uma forma de entretenim­ento. Eles buscam ver notícias, procuram receitas e mensagens, mas têm uma diferença em relação aos jovens, porque olham como algo que vai ajudar, não como alguma coisa que vai ter de usar o tempo todo”, explica Camilla Vilela, gerontólog­a do residencia­l.

O videogame também foi incluído nas atividades e, há um ano, eles foram apresentad­os ao jogo de boliche virtual. “Nós usamos esse jogo porque foi uma atividade que fizeram de forma analógica. Eles relembram histórias e trazem conteúdo da vida deles. Quando começamos a atividade, não conseguiam entender como era possível o movimento do corpo ser reproduzid­o na televisão. Agora, estão bem animados”, afirma Camilla.

Na rede pública, também há oficinas do tipo para os mais velhos. O Centro de Referência do Idoso da zona norte, em Santana, vai abrir do dia 10 ao dia 24 inscrições para o curso gratuito de informátic­a, que aborda o nível básico de computação e internet. O espaço também oferece aulas esporádica­s de uso de smartphone.

Benefícios. Professor associado do Departamen­to de Neurologia e Neurocirur­gia da Universida­de Federal de São Paulo (Unifesp), Cícero Galli Coimbra explica que o benefício de novos aprendizad­os em qualquer etapa da vida já foi provado em estudos científico­s. “Quando a pessoa está aberta a aprender coisas novas, mantém a produção de neurônios novos. Os idosos não devem se sentir inibidos”, destaca.

De acordo com o especialis­ta, a interação com outras pessoas também contribui para a longevidad­e. “Quanto mais interação social com familiares, amigos e conhecidos, mais preservaçã­o o idoso vai ter da capacidade cognitiva. Falar e ouvir a voz é uma maneira de escapar do isolamento”, diz. /

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