O Estado de S. Paulo

Namorado mata aluna de Medicina em Campinas

Homem depois pulou do 16.º andar do prédio onde ocorreu o crime; vítima, que foi asfixiada, tinha formatura marcada para este mês

- Priscila Mengue Rene Moreira ESPECIAL PARA O ESTADO

A estudante de Medicina Marília Camargo de Carvalho, de 27 anos, foi achada morta na manhã de ontem em Campinas, no interior de São Paulo. O principal suspeito é o namorado da jovem, o professor de Educação Física Rafael Moraes Garcia, de 28 anos, que cometeu suicídio após o crime.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a Polícia Militar chegou ao local por volta das 7h10, quando encontrou o corpo de Garcia no quintal do condomínio, no bairro Jardim Aurélia. Ele se jogou após cortar a rede de proteção da sacada.

A PM arrombou o apartament­o onde morava Marília, no 16.º andar. No chão do imóvel, encontrou o corpo da universitá­ria, que apresentav­a sinais de asfixia. A suspeita é de que ela tenha morrido no início da madrugada. Os dois namoravam há cerca de quatro anos.

Segundo a investigaç­ão preliminar da polícia, mensagens no celular da jovem podem ter sido a causa do desentendi­mento entre os dois. No início da manhã, Garcia entrou e saiu do prédio várias vezes, como mostram imagens de câmeras de segurança, mas ninguém desconfiou de nada. Vizinhos contaram não terem ouvido barulhos.

Marília havia encerrado as aulas do curso na última sexta-feira e a formatura estava marcada para este mês. A família dela é de Toledo, no interior do Paraná. Já Garcia é de Itapagipe, no Triângulo Mineiro, e estudava para prestar concurso público.

As famílias ficaram em estado de choque e evitaram comentar a tragédia. Um parente da jovem disse que o casal parecia ter uma relação tranquila.

O caso foi registrado como feminicídi­o no plantão do 1.º Distrito Policial de Campinas e será investigad­o pelo 3.º Distrito Policial. Na casa, foram apreendido­s dois notebooks, dois celulares e um tablet, que foram encaminhad­os para a perícia.

Por nota, a Pontifícia Universida­de Católica de Campinas (PUC-Campinas), onde ela estudava, lamentou “profundame­nte” o crime e afirmou se solidariza­r com a “dor da família”.

Policiais. Na noite anterior, houve outro feminicídi­o na Vila Albertina, zona norte paulistana. Por volta das 23 horas, a soldado Lourdes Patrícia Lopes,

de 33 anos, foi morta a tiros pelo companheir­o e cabo da PM, Renan Azevedo, de 31 anos.

Após disparar contra a mulher, o cabo cometeu suicídio. Para investigar o caso, foi aberto inquérito no 43.º Batalhão de Polícia Militar Metropolit­ano.

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ALENITA RAMIREZ/AAN Crime. Fachada do prédio onde Marília Camargo morava

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