O Estado de S. Paulo

Inimigo íntimo

França encara a Bélgica com um de seus ídolos do título de 1998, Thierry Henry, instruindo o time rival

- Glauco de Pierri ENVIADO ESPECIAL / MOSCOU

O primeiro finalista da Copa do Mundo sairá do confronto entre França e Bélgica, adversário­s que se conhecem muito bem. Além dos jogadores das duas equipes participar­em juntos das principais ligas do mundo, o auxiliar técnico de Roberto Martinez, treinador do esquadrão belga, é ninguém menos do que Thierry Henry, o maior artilheiro da história da seleção francesa, com 51 gols.

O atacante Giroud, que no passado foi muito criticado por Henry, comentou ontem sobre a presença do ídolo francês no banco belga. “Será estranho vêlo contra nós. Ele tem a sorte de fazer parte de uma geração de jogadores muito boa. Ele está lá para aprender também, progredir como treinador”, disse o titular do técnico Deschamps.

“Ele (Henry) é uma lenda viva do futebol francês, tenho muito respeito pelo o que ele fez, mas não vamos pensar muito nisso, estamos focados em nos preparar bem para esse jogo. Sei que ele falou algumas coisas há alguns anos, mas ele já mudou suas palavras... enfim, vamos tentar mostrar para ‘Titi’ que ele escolheu o lado errado”, continuou Giroud.

Deschamps, aliás, foi o capitão da França na conquista do único título do país, na Copa do Mundo de 1998, disputada em casa. Naquela seleção, o jovem Henry foi um dos artilheiro­s da equipe, com três gols marcados durante a campanha. Após a vitória contra o Uruguai, o lateral Lucas Hernanez também falou sobre a presença do ídolo francês do outro lado. “Acho que se nós ganharmos ele também ficará contente porque, antes de tudo, ele é francês”, brincou o jogador. “Todos os franceses o conhecem e sabem muito bem que ele foi um grande jogador, um dos maiores, um ícone do futebol da França. Agora ele é o segundo treinador da Bélgica e eu espero que não nos derrote”, destacou.

Mbappé. Ontem, com a delegação da França já na cidade de Istra, o técnico Didier Deschamps contou, em entrevista para a rede de TV francesa Téléfoot, os motivos que o levaram a substituir o meia-atacante Kylian Mbappé no segundo tempo da partida contra o Uruguai.

Na metade da segunda etapa, Mbappé ficou um tempo no chão, alegando ter sofrido falta. Na sequência, jogadores uruguaios cercaram o atacante, exigindo que ele se levantasse para que o jogo pudesse recomeçar. O jogador do Paris Saint-Germain entrou na discussão, acabou recebendo o cartão amarelo e seguiu reclamando com o árbitro argentino Néstor Pitana. Deschamps disse que ficou com receio de que seu jogador fosse expulso da partida.

“Eu disse para ele: ‘Kylian! Kylian! Me escuta. Para de fazer m .... Para, já acabou. Você não merece, mas não faça mais isso’ e pronto”, contou Deschamps. “Eu sou seu treinador e quero seu bem. Ele merece toda a admiração por tudo que faz, mas quando tem alguma coisa que não me deixa satisfeito... É por seu bem que faço isso. Foi o que disse para ele. Não queria perdê-lo para o próximo jogo”, completou o técnico.

Mbappé também comentou o lance e disse que não ficou irritado com o adversário, mas sim com o juiz argentino. “Eu compreendo o jogador uruguaio. O que eu reprovo é o árbitro. Ele me deu um amarelo depois de eu levar uma entrada. Mas o mais importante foi ganhar o jogo”, afirmou.

Se a gente ganhar, ele (Henry) ficará contente porque, antes de tudo, ele é francês Lucas Hernandez

LATERAL DA

FRANÇA

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Velho conhecido. Hoje auxiliar técnico da Bélgica, Henry marcou 51 gols com a camisa da França

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