Rio confirma 2 casos de sarampo, os primeiros no Estado em 18 anos
Pacientes são alunos da UFRJ e há mais 15 em investigação; governo de Rondônia também confirmou um registro
Dois casos de sarampo foram registrados entre estudantes do curso de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As ocorrências – as primeiras da doença no Estado em 18 anos – foram confirmadas ontem pela Secretaria de Saúde fluminense. As amostras foram analisadas pela Fiocruz, laboratório de referência do Ministério da Saúde. Outros 15 casos suspeitos estão sob monitoramento das autoridades de saúde.
O primeiro caso confirmado foi o de Ingrid Grandini, de 21 anos. O segundo registro seria de um estudante do mesmo curso, cujo nome não foi divulgado pela pasta.
Na semana passada, após o caso de Ingrid, foi feita vacinação de bloqueio na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ. Foram aplicadas 573 doses em alunos, professores e funcionários. Segundo a faculdade, também foram dados alertas à comunidade acadêmica.
A proteção contra o sarampo faz parte das vacinas Tríplice Viral e Tetra Viral, disponíveis conforme calendário de vacinação do Ministério da Saúde para crianças de 12 (1.ª dose) e de 15 meses (2.ª dose). A cobertura vacinal para crianças de 1 ano no Estado é de 95%, taxa considerada ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ontem, o governo de Rondônia confirmou o primeiro caso de sarampo desde 1999. Já houve resultado positivo para outro, mas falta confirmação da Fiocruz. Os pacientes são uma bebê de 4 meses, de Porto Velho, e uma mulher de 25, que vive na cidade de Vilhena. Ambas estiveram em Manaus, onde há surto do vírus. A campanha de vacinação, prevista para agosto, será antecipada no Estado, com previsão de início hoje. Porto Velho já começou a campanha.
Segundo o último informe do Ministério da Saúde, o País tinha, até o fim de junho, 465 casos confirmados de sarampo em Roraima e Amazonas, além de 1.872 em investigação. A Secretaria da Saúde gaúcha confirmou outras sete ocorrências do vírus na semana passada.
Procurada ontem, a Secretaria de Saúde de São Paulo disse que não há casos autóctones da doença confirmados no Estado. Como Ingrid Grandini passou pela capital quando já estava infectada, a pasta monitora se houve transmissão.
Alerta. Para José Augusto de Britto, pediatra do Instituto Fernandes Figueiras, da Fiocruz, tudo indica que o vírus voltou a circular no País trazido por imigrantes da Venezuela, onde houve surto em 2017. “O vírus é altamente transmissível: passa por fala, espirro, tosse, todo tipo de secreção.”