O Estado de S. Paulo

Vários colégios não querem se adaptar, afirma especialis­ta

- I.P.

A maioria das escolas, segundo especialis­tas, entende que não é sua missão atender alunos com deficiênci­a. E nem toda necessidad­e de intervençã­o pedagógica, defendem, deve ser tratada da mesma maneira.

Coordenado­ra do Laboratóri­o de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença da Unicamp, Maria Teresa Mantoan diz que a lei e as escolas não podem fixar limite de alunos com deficiênci­a, pois estariam “embutindo a noção de que esse aluno é um fardo”. Os pais, afirma, devem denunciar esse tipo de prática ao Conselho Estadual de Educação ou ao Ministério Público. Entre as sanções possíveis, a escola pode ser multada.

“É claro que os pais vão buscar aquelas que se mostram mais abertas e isso sobrecarre­ga algumas unidades. Temos de cobrar esse posicionam­ento de todas, muitas escolas se isentam dessa responsabi­lidade porque não querem se adaptar”, afirma Maria da Paz Castro, assessora de educação inclusiva em escolas particular­es.

Para ela, que foi capacitado­ra do Centro de Estudos da Escola da Vila, “cotas”, além de ilegais, podem criar distorções. A demanda de um aluno com síndrome de grau mais grave não é a mesma de um com dislexia leve, por exemplo. “Criança com deficiênci­a não traz problemas, mas revela problemas que escolas têm e tentam empurrar para debaixo do tapete.”/

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil