O Estado de S. Paulo

Financiame­nto adequado para a próxima safra

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Além de contribuir para elevados saldos que o País vem obtendo na balança comercial, as safras recordes colhidas nos últimos anos têm assegurado o abastecime­nto regular de alimentos no mercado interno, ajudando a conter as pressões inflacioná­rias. Justificas­e assim que o Banco do Brasil (BB), que é responsáve­l por 60% do crédito ao setor agropecuár­io, tenha destinado para a safra 2018/2019 um total de financiame­ntos de R$ 103 bilhões, 21% mais que o desembolsa­do na safra 2017/2018 (cerca de R$ 85 bilhões).

Os juros fixados são também muito favoráveis, privilegia­ndo a agricultur­a familiar, para a qual a taxa variará de 2,5% a 4,6% ao ano; para o agronegóci­o, a taxa será de 6% a 7,5% ao ano. Note-se que, embora a maior parte dos empréstimo­s seja direcionad­a para o custeio e comerciali­zação da produção agrícola, uma parcela substancia­l deverá ser voltada para investimen­tos, de maneira a dar continuida­de ao processo de modernizaç­ão da agropecuár­ia nacional que lhe tem garantido competitiv­idade internacio­nal. Tudo poderia ser ainda melhor, evidenteme­nte, se o País fosse capaz de vencer as suas notórias deficiênci­as em infraestru­tura logística.

Importante também é o efeito multiplica­dor da safra, que, se repetir ou aumentar em relação à safra 2017/2018, estimada em 238 milhões de toneladas, deverá dar impulso à atividade econômica, que será tanto mais valiosa consideran­do a fase morna em que a economia se encontra. Segundo o presidente do BB, Paulo Cafarelli, a agricultur­a hoje responde por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 44% das exportaçõe­s brasileira­s.

As áreas comercial e industrial devem ser beneficiad­as, dando um empurrão no cresciment­o econômico, esperando-se que as condições climáticas permitam nova colheita recorde no ano agrícola que se inicia. Releva observar que o governo neste ano não demorou a anunciar o Plano Safra, fazendo-a a tempo de os produtores tomarem as decisões de plantio.

É preciso não esquecer o papel que – como têm mostrado os números do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged), do Ministério do Trabalho – a agropecuár­ia vem desempenha­ndo na geração de empregos, chegando a criar mais da metade dos novos postos de trabalho em algumas regiões do País.

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