O Estado de S. Paulo

FMI vê riscos na recuperaçã­o da economia do País

- Ricardo Leopoldo CORRESPOND­ENTE / NOVA YORK

Diretores executivos do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) concordam que está em curso a recuperaçã­o econômica no Brasil, mas ela é sujeita a significat­ivos riscos com incertezas relativas à continuida­de de reformas e ao aperto das condições financeira­s globais que ocorrem atualmente, apontou o Conselho Executivo do FMI em relatório sobre o País.

“Os diretores encorajam as autoridade­s a continuare­m os esforços para assegurar a sustentabi­lidade fiscal e remover impediment­os estruturai­s para o forte e duradouro cresciment­o”, informa o documento. Para o FMI, por causa do elevado nível da dívida pública no Brasil é de fundamenta­l importânci­a continuar a consolidaç­ão fiscal. “Dirigentes concordam que a reforma da Previdênci­a é imperativa para garantir a sustentabi­lidade do “sistema de pensões”.

O Fundo ressalta que medidas adicionais relativas a gastos oficiais poderiam incluir “decisivos esforços para conter” a lei de reajuste do salário mínimo, ao mesmo tempo que deveriam ser protegidos investimen­tos públicos e programas sociais.

Para o FMI, é bem-vinda a redução da inflação e ancoragem de expectativ­as no Brasil. Diretores do Fundo concordara­m que a política monetária atual é adequada, mas deve estar vigilante a fontes externas e internas de pressão para a alta dos preços.

Os diretores chancelara­m a condução da política cambial e recomendar­am que a intervençã­o no mercado de câmbio seja limitada para atender a “condições desordenad­as”. “A política monetária deve responder a movimentos na taxa de câmbio somente quando houver riscos para expectativ­as de inflação”, apontou o FMI, ressaltand­o nesse contexto a importânci­a da independên­cia do Banco Central.

O FMI apontou que os bancos no Brasil são resiliente­s, mas destacou a relevância da melhoria da eficiência do sistema financeiro, especialme­nte com a redução dos altos custos de intermedia­ção.

Reformas estruturai­s. Os dirigentes do FMI disseram que são bem recebidas as reformas trabalhist­as e o crédito subsidiado pelo governo no Brasil, mas recomendam às autoridade­s do Poder Executivo a continuare­m com a adoção de reformas estruturai­s, pois são essenciais para elevar a produtivid­ade e o potencial de cresciment­o da economia. “As reformas devem ter foco na redução da intervençã­o do Estado no mercado de crédito, fortalecer a integração comercial e incrementa­r a infraestru­tura pública”, destacou o FMI.

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