FMI vê riscos na recuperação da economia do País
Diretores executivos do Fundo Monetário Internacional (FMI) concordam que está em curso a recuperação econômica no Brasil, mas ela é sujeita a significativos riscos com incertezas relativas à continuidade de reformas e ao aperto das condições financeiras globais que ocorrem atualmente, apontou o Conselho Executivo do FMI em relatório sobre o País.
“Os diretores encorajam as autoridades a continuarem os esforços para assegurar a sustentabilidade fiscal e remover impedimentos estruturais para o forte e duradouro crescimento”, informa o documento. Para o FMI, por causa do elevado nível da dívida pública no Brasil é de fundamental importância continuar a consolidação fiscal. “Dirigentes concordam que a reforma da Previdência é imperativa para garantir a sustentabilidade do “sistema de pensões”.
O Fundo ressalta que medidas adicionais relativas a gastos oficiais poderiam incluir “decisivos esforços para conter” a lei de reajuste do salário mínimo, ao mesmo tempo que deveriam ser protegidos investimentos públicos e programas sociais.
Para o FMI, é bem-vinda a redução da inflação e ancoragem de expectativas no Brasil. Diretores do Fundo concordaram que a política monetária atual é adequada, mas deve estar vigilante a fontes externas e internas de pressão para a alta dos preços.
Os diretores chancelaram a condução da política cambial e recomendaram que a intervenção no mercado de câmbio seja limitada para atender a “condições desordenadas”. “A política monetária deve responder a movimentos na taxa de câmbio somente quando houver riscos para expectativas de inflação”, apontou o FMI, ressaltando nesse contexto a importância da independência do Banco Central.
O FMI apontou que os bancos no Brasil são resilientes, mas destacou a relevância da melhoria da eficiência do sistema financeiro, especialmente com a redução dos altos custos de intermediação.
Reformas estruturais. Os dirigentes do FMI disseram que são bem recebidas as reformas trabalhistas e o crédito subsidiado pelo governo no Brasil, mas recomendam às autoridades do Poder Executivo a continuarem com a adoção de reformas estruturais, pois são essenciais para elevar a produtividade e o potencial de crescimento da economia. “As reformas devem ter foco na redução da intervenção do Estado no mercado de crédito, fortalecer a integração comercial e incrementar a infraestrutura pública”, destacou o FMI.