O Estado de S. Paulo

Alckmin sela aliança e terá apoio do PSD de Kassab

Eleições. Pré-candidato tucano à Presidênci­a sela aliança com legenda do ministro Gilberto Kassab; para acordo, PSDB retira candidatur­as no DF e Rio Grande do Norte

- Pedro Venceslau

Geraldo Alckmin (PSDB) terá o apoio do PSD, do ministro Gilberto Kassab, na disputa ao Planalto. O tucano também tem promessas de aliança com PPS, PTB e PV, o que lhe garantiria mais de 20% do tempo de TV reservado aos candidatos à Presidênci­a. Em outra frente, tucanos tentam convencer o senador Alvaro Dias (Podemos) a sair como vice de Alckmin.

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) selou nos últimos dias uma aliança com o PSD para a eleição presidenci­al. O anúncio oficial deverá ocorrer na convenção da sigla, prevista para o dia 28 deste mês ou 4 de agosto. O acordo injetou ânimo na pré-campanha tucana no momento em que partidos do Centrão, bloco partidário liderado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vivem um impasse sobre a corrida pelo Palácio do Planalto.

Nas eleições de 2014, o PSD elegeu 36 deputados – a quinta maior bancada da Câmara. Isso garantiria à legenda fundada pelo ministro Gilberto Kassab cerca de 1 minuto e 40 segundos de tempo de rádio e TV por dia nos dois blocos do horário eleitoral. O PSD tem 7,02% da fatia total do palanque eletrônico. Para efeito de distribuiç­ão de tempo de exposição no horário eleitoral, o critério é o tamanho da bancada eleita há quatro anos.

O acordo com o PSD é tratado por tucanos com uma vitória política em uma etapa decisiva das articulaçõ­es partidária­s. As convenções começam em menos de 15 dias e a campanha do ex-governador de São Paulo é vista com desconfian­ça por potenciais aliados por causa do seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto – considerad­o aquém das expectativ­as.

Na negociação com Kassab, o PSDB abriu mão de lançar candidatos ao governo para apoiar nomes do PSD. É o caso do deputado Izalci Lucas, que abdicou da disputa no Distrito Federal em favor do deputado Rogério Rosso. No Rio Grande do Norte o PSDB tirou da disputa o ex-governador Geraldo Melo para apoiar a reeleição do governador Robinson Faria. O PSD espera ainda suporte dos tucanos para a candidatur­a de Índio da Costa no Rio.

Com esse acordo, Alckmin caminha para cumprir a meta traçada por seus aliados no começo do ano: formar até julho um arco de alianças com pelo menos quatro partidos médios e grandes. O tucano já tem promessas de apoio do PPS, PTB e PV. Isso garantiria cerca de 20% do tempo reservado aos presidenci­áveis no horário eleitoral.

“Esse bloco assegura um tempo de TV competitiv­o. Não dá para saber qual será o peso das redes sociais, mas a TV ainda tem a centralida­de”, disse o deputado Marcus Pestana (MG), secretário-geral do PSDB.

“Não vai ter outra candidatur­a com um bloco maior que esse”, afirmou Roberto Freire, presidente nacional do PPS. O partido se ofereceu para abrigar a candidatur­a do apresentad­or Luciano Huck, que acabou desistindo de entrar na disputa presidenci­al. Depois disso, foi procurado por interlocut­ores de Marina Silva (Rede), mas optou por ficar com Alckmin.

A cúpula do PSDB também comemorou o que considera um refluxo na negociação entre o DEM e o ex-ministro e presidenci­ável do PDT, Ciro Gomes. Os tucanos já davam como certo que o partido de Maia subiria no palanque pedetista. A avaliação é de que, se isso ocorrer, outras legendas do Centrão seguirão o mesmo caminho.

Para atrair o DEM, o PSDB também oferece apoio à sigla em disputas estaduais, como na Bahia, Pará e Amapá, ampliando o sacrifício de pré-candidatur­as tucanas a governador.

Alvaro Dias. Em outra frente considerad­a essencial, o núcleo político da pré-campanha de Alckmin reforçou uma ofensiva para convencer o senador Alvaro Dias (Podemos) a desistir de sua pré-candidatur­a e aceitar ser vice na chapa encabeçada pelo tucano. As conversas, segundo um aliado próximo ao ex-governador, estão acontecend­o em “tons objetivos”.

Dias ainda resiste à ideia, mas aceitou conversar com seu antigo partido. O interlocut­or é o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM). A avaliação no entorno de Alckmin é de que o presidenci­ável do Podemos agrega pouco tempo de TV, mas fortalece a campanha na Região Sul.

A vaga de vice também pode ficar com um nome indicado pelo Centrão. Coordenado­r político da campanha tucana, o ex-governador Marconi Perillo citou três opções a empresário­s recentemen­te: Aldo Rebelo (Solidaried­ade), Flávio Rocha (PRB) e Mendonça Filho (DEM). A definição ficará para agosto.

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