Presidente paga viagem à Rússia
Apaixonada por futebol, presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, ganha destaque ao pagar sua viagem à Rússia.
A presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, de 50 anos, se tornou a sensação da Copa junto com a seleção do país. Apaixonada por futebol, Kolinda acompanhou o time croata na Rússia e fez questão de dar um bico no cerimonial: usou a camisa da seleção, gritou pela equipe, comemorou gols com pulos e até se embrenhou no vestiário para celebrar a classificação para a semifinal.
Kolinda chamou a atenção também por afirmar que estava na Rússia com dinheiro do próprio bolso, e não com recursos do Estado. Ela bancou a viagem e a estada no país de Putin, assim como a viagem para Bruxelas, para participar do encontro anual dos integrantes do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A presidente croata, inclusive, aproveitou a reunião de líderes para presentear a primeiraministra britânica, Theresa May, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A própria presidente postou no Twitter suas fotos com May e Trump. O presidente dos EUA recebeu uma camisa com estampa em xadrez vermelho e branco com o número 9 e o seu nome às costas. May ganhou a camisa com o número 10.
Kolinda, no entanto, vem sendo criticada por usar a Copa como trampolim político e por ligações com ultranacionalistas no passado. Descrita como populista e conservadora, ela pertence à União Democrática Croata (HDZ), partido de direita de linha nacionalista e anticomunista, que, por vezes, flertou com radicais e com a ala mais fascista dos extremistas conservadores. Ela foi eleita a primeira presidente mulher do país em 2015.
Política x futebol. O esporte sempre foi uma forma altamente politizada de expressão nacional na Croácia, com os jogadores de futebol frequentemente descritos como “heróis” ou “guerreiros”. O primeiro presidente do país, Franjo Tuman, por exemplo, proclamou que “as vitórias do futebol moldam a identidade de uma nação tanto quanto as guerras”.
Apesar das polêmicas, Kolinda é considerada da ala moderada de seu partido. Católica fervorosa, ela declarou durante sua campanha, em 2014, que daria o seu apoio caso um dos filhos se assumisse como homossexual. Ela também disse que autorizaria o uso medicinal da maconha e que a decisão de fazer um aborto cabe à mulher.