O Estado de S. Paulo

HC foi ‘chicana canhestra’, diz procurador

Responsáve­l por processos da Lava Jato em 2ª instância, Maurício Gerum critica decisão de juiz plantonist­a

- Ricardo Brandt

Responsáve­l pela acusação no julgamento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão, no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), o procurador regional da República Maurício Gotardo Gerum classifico­u como “chicana” (jargão do meio jurídico usado para manobras em um processo) a estratégia de três deputados do PT de pedir a liberdade do ex-presidente no plantão do tribunal.

“A impressão que tive foi a de que a impetração do habeas pelos parlamenta­res-advogados na sexta-feira à noite foi a chicana mais canhestra e acintosa que eu já presenciei nos meus anos de profissão”, afirmou ele, em relação ao pedido dos petistas Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira.

Com mais de 20 anos de Ministério Público, Gerum é um dos seis integrante­s da força-tarefa criada para os processos da Lava Jato na segunda instância. O procurador está de férias, mas acompanhou a decisão do desembarga­dor plantonist­a Rogério Favreto de mandar soltar Lula no domingo. A ordem acabou revisada no mesmo dia pelo presidente do Tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores.

Favreto não comentou o caso. Pimenta disse que o Ministério Público “tenta intimidar atacando os autores do HC e o desembarga­dor que atuou dentro da lei”. Teixeira e Damous não respondera­m ao Estado ontem. Anteontem, na Câmara, Damous criticou o MPF, ao comentar a decisão da procurador­a-geral da República de pedir investigaç­ão de Favreto.

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SYLVIO SIRANGELO/TRF4 - 24/1/2018 Lava Jato. O procurador regional Maurício Gotardo Gerum

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