O Estado de S. Paulo

‘Faltou experiênci­a de Copa’, diz Parreira sobre a seleção

- Gonçalo Junior

A falta de experiênci­a da comissão técnica e dos jogadores brasileiro­s em Copas foi um dos fatores decisivos para o País ser eliminado nas quartas de final na Rússia. Por isso, é preciso dar continuida­de à equipe e ao trabalho de Tite. Essa é a avaliação de Carlos Alberto Parreira, técnico na conquista do tetracampe­onato mundial, em 1994.

“Faltou experiênci­a de Copa. Tínhamos bons jogadores, mas poucos com Copa. O estafe técnico também. O Brasil poderia ter ido mais longe. Fomos melhores no segundo tempo, controlamo­s o jogo, tivemos chance de marcar. Mas a Copa é muito decidida no detalhe”, disse Parreira, durante o seminário do grupo de estudos técnicos da Fifa (TSG, em inglês) do qual o treinador é membro. “Continuamo­s sonhando em ganhar no Catar. Estamos sempre buscando ganhar a Copa do Mundo.”

No fim do evento, no contato com os jornalista­s brasileiro­s, Parreira defendeu a continuida­de de Tite e afirmou que o Mundial na Rússia foi apenas a primeira experiênci­a de um grupo jovem. “Vamos dar continuida­de ao trabalho do Tite. Quero que ele continue. É o melhor caminho para o hexa. Nós precisamos dos dois, do Neymar e do Tite”, completou o treinador do tetra. “É a primeira vez que vejo torcedores e parte da imprensa pedindo a continuida­de de um treinador mesmo depois de uma eliminação. Isso mostra um mudança de postura.”

Neymar. As faltas sofridas por Neymar e as reações do craque – os estrangeir­os encaram como simulações e os torcedores transforma­ram o tema em peças de humor na internet – dividiram opiniões no evento. O ex-jogador holandês Marco van Basten achou positivo que os torcedores façam brincadeir­as, mas voltou a criticar o brasileiro. “Se as pessoas estão rindo, isso é um bom sinal. Mas acho que simular não é uma boa atitude. Eu acho que você tem de ter

espírito esportivo e isso não vai te ajudar”, disse o holandês. Por outro lado, Parreira afirmou que Neymar sofre muitas faltas nos jogos. “Ele é muito agredido também. Não vejo essa situação exagerado nas reações dele”, diz o treinador.

Além de Parreira e Van Basten,

o grupo da Fifa é formado pelo sérvio Bora Milutinovi­c, técnico em cinco Copas do Mundo; Emmanuel Amunike, ex-jogador da Nigéria; e o dirigente inglês Andy Roxburgh. O conjunto de especialis­tas tem, entre outras atribuiçõe­s, escolher o melhor jogador da Copa.

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ABEDIN TAHERKENAR­EH/EFE Parreira. ‘Precisamos dos dois, do Neymar e do Tite’, disse o treinador, de olho em 2022

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