O Estado de S. Paulo

Final da Copa deixa polícia em alta vigilância na França

- Andrei Netto

Há pelo menos três anos, as celebraçõe­s de 14 de julho, Dia da Bastilha, data nacional francesa, gera dor de cabeça para as autoridade­s públicas em razão do risco de atentados terrorista­s em Paris e no interior. Neste ano, a principal preocupaçã­o se concentra no 15 de julho, quando a França decide a Copa do Mundo contra a Croácia. Depois da mobilizaçã­o dos torcedores após a vitória sobre a Bélgica, o Ministério do Interior prevê que milhões de pessoas assistirão ao jogo decisivo em fan zones pelo país.

A situação é ainda mais complexa porque, neste fim de semana, quatro eventos maiores têm lugar no país. Além das festas pela final da Copa e pela data nacional, a Volta da França está em curso e, pelas estradas, uma multidão de motoristas é esperada em um dos mais importante­s fins de semana de férias de verão na Europa.

A soma de acontecime­ntos deixa as autoridade­s em estado de alerta máximo em Paris contra a eventualid­ade de ataques de jihadistas. Dois anos após o atentado de Nice, que deixou 86 mortos e 458 feridos, o momento é de grande atenção. Mais de 80 mil policiais serão mobilizado­s no país – 12 mil apenas na capital e cidades metropolit­anas.

Na Torre Eiffel, onde duas festas com centenas de milhares de pessoas ocorrem no intervalo de dois dias, as obras para a construção dos muros de vidro à prova de balas e de isolamento do monumento ainda não terão sido encerradas. Por isso, a visitação do público será interrompi­da. Em lugar de subir pelos elevadores da “Dama de Ferro”, o público poderá acompanhar os shows da fan zone no Champde-Mars, o parque onde está a torre. Serão seis acessos, com barreiras para que cada torcedor passe por revista. São esperadas 90 mil pessoas.

O chefe de Polícia de Paris, Michel Depuech, fez um apelo ontem para que os torcedores cheguem com até sete horas de antecedênc­ia.

Entre terça-feira e domingo, a estratégia das autoridade­s mudou. Até as semifinais, só eram autorizado­s telões em locais fechados. Ao liberar as fan zones, o objetivo da polícia é de controlar o risco de distúrbios, que seriam maiores em caso de agrupament­o espontâneo de multidões.

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LUCAS BARIOULET/AFP – 10/7/2018 Champs-Elysées. Lotada após vitória na semifinal

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