BC vai aprovar aquisição de só 49,9% da XP pelo Itaú
Apolêmica em torno da aquisição de parte da XP Investimentos pelo Itaú Unibanco se aproxima do fim. A expectativa é de que o Banco Central dê aval para o negócio até o final deste mês. O desenho final da transação, contudo, não deve sair conforme o inicialmente acertado pelas instituições no ano passado. O BC deve aprovar apenas a aquisição de uma fatia de 49,9% da XP pelo Itaú. Assim, as instituições terão de refazer o contrato já desenhado. Isso porque o acordo anterior previa a possibilidade de o banco passar a deter o controle e elevar sua participação na corretora para 75% a partir de 2022, podendo chegar aos 100% em 2024. Pela fatia de quase 50%, o Itaú desembolsou R$ 6,3 bilhões e há quem diga que a impossibilidade de levar todo o negócio desagrada à instituição. No passado, exigências de reguladores jogaram água fria em um negócio que o banco desenhou com a MasterCard para um novo arranjo de pagamentos.
» Ecoou. O escrutínio sobre a operação tem vários motivos. É a primeira transação que ocorre após a assinatura de um memorando de entendimentos entre o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para operações de compras e fusões no setor bancário. Surpreendentemente, o órgão antitruste aprovou a operação antes mesmo do próprio BC. Mas dois de seus conselheiros fizeram críticas bastante duras sobre a concentração de poder do Itaú no futuro, o que fez eco no mercado. Tanto é que foi a primeira vez que o BC considerou fatores de concorrência para dar seu aval para uma transação de compra no segmento. negócio envolvendo o maior banco privado da América Latina e a maior plataforma de investimento independente. A XP foi pioneira no modelo de desbancarização, aumentando a concorrência no sistema financeiro brasileiro que, na contramão, se concentrou ainda mais nos últimos anos. Aliás, fomentar a competitividade do setor é uma das bandeiras mais fortes da gestão de Ilan Goldfajn à frente do Banco Central. Procurados, Itaú, XP e BC não comentaram o assunto.
» Saúde. A plataforma de gestão financeira e operacional para a área de saúde Medicinae Solutions, que acaba de completar seis meses de operação, já organizou R$ 65 milhões em recursos de seus usuários, que hoje somam 150. Além de organizar fluxos de caixa, por exemplo, a plataforma oferece a opção de antecipação de recebíveis.
» No caixa. A Medicinae Solutions recebeu uma linha de crédito da Mais Saúde Crédito, de R$ 90 milhões em 12 meses.
» Leque. A tecnologia blockchain, uma espécie de protocolo de segurança, é cada vez mais usada pelo setor bancário. Depois de lançar um sistema de pagamentos entre países baseado nessa novidade, o Santander expandiu o público-alvo que pode se beneficiar da tecnologia. Antes, só a alta renda tinha acesso ao protocolo - ou seja, aqueles clientes com o título Select. Nesta semana, entretanto, o banco estendeu o serviço também para os clientes Van Gogh e Especial. Assim, toda a base de correntistas digitais do Santander, que ao final de março somava 9,1 milhões de clientes, já pode usufruir dos benefícios do blockchain e, por ora, sem taxa.
» De olho! O programa de governança de companhias estatais da B3, lançado há um pouco mais de três anos, tende a ganhar mais relevância diante da brecha aberta com a aprovação, na comissão especial da Câmara dos Deputados, de parecer que retira da Lei de Responsabilidade das Estatais o veto de indicações políticas em tais empresas. Esse era um dos pontos considerados chave em tal legislação. No programa da Bolsa há, hoje, quatro companhias de capital misto: Petrobrás, Banco do Brasil, BB Seguridade e Eletrobras. Nessa regulamentação, na qual a empresa estatal adere voluntariamente, está a necessidade de indicados para a administração terem requisitos mínimos, além da avaliação de administradores.
» Timing. Apesar de ter sido lançado há três anos, os primeiros selos do programa saíram da gaveta há um ano, quando Petrobrás e BB estrearam. A B3 lançou o projeto em meio à turbulência das notícias de corrupção envolvendo as estatais e depois de discutir com participantes do mercado um modelo de programa que buscasse o aprimoramento de governança corporativa dessas companhias.