O Estado de S. Paulo

A maturidade sonora do Vanguart

Banda lança edição de luxo do disco ‘Beijo Estranho’ com 3 músicas inéditas e faz show de lançamento em SP

- João Paulo Carvalho

Quem está acostumado a ouvir a doçura contemporâ­nea dos agudos de Helio Flanders, frontman do Vanguart, leva um susto tremendo ao se deparar com a segunda parte de Me Pega, um démodé meio à cabaré, nova música da banda. Nessa canção, Fernanda Kostchak, violinista do grupo, é quem comanda os vocais. “Numa noite de bebedeira, a gente começou a brincar. Em algum momento, peguei o microfone e passei a cantar algumas coisas em francês. O Helio gostou tanto que, no outro dia, já rascunhamo­s a letra”, diz Fernanda, em entrevista ao Estadão + Música,

programa transmitid­o semanalmen­te pelo Facebook do

Cultura Estadão.

Me Pega, tocada em primeira mão para o Estado, é uma das três faixas inéditas que o Vanguart divulga nesta sexta-feira, 13. O disco Beijo Estranho,

lançado no ano passado, ganha uma versão de luxo. Além de

Me Pega, Tudo Que Não for Vida e Tony complement­am o novo material. As composiçõe­s se juntam às outras 11 do álbum, apontado pela crítica como um dos destaques da música brasileira em 2017.

“Todas as canções fizeram parte do mesmo processo de composição do CD. Elas acabaram ficando de fora do disco, porque não conseguimo­s terminá-las a tempo. Hoje, quando olhamos para essas músicas, percebemos que, de alguma forma, elas complement­am a história que queríamos contar em Beijo Estranho”, lembra Helio.

Em Tony, Fernanda também faz backing vocals. Com uma cara apreensiva, a violinista reluta em dizer que este será seu novo caminho na banda. “Eu não vou nem olhar para o lado. Vou deixar o Helio responder”, brinca. “A gente quer mais isso. Se fizer sentido, queremos que ela faça mais vezes. A Fernanda já canta nos shows que fazemos em homenagem ao Bob Dylan. Acho que ela está se acostumand­o com a ideia”, complement­a Helio.

Além das três faixas inéditas, que já estão disponívei­s nos principais serviços de streaming de música, o Vanguart também faz show de lançamento no Sesc Vila Mariana nesta sexta-feira, 13. A apresentaç­ão coroa a maturidade de uma banda que vem passando por uma transforma­ção sonora nos últimos anos.

Desde 2007, quando lançaram o primeiro disco de estúdio, o homônimo Vanguart, a musicalida­de do conjunto de Cuiabá ganhou corpo. Do soturno Boa Parte de Mim Vai Embora (2011) ao solar Muito Mais Que O Amor (2013), o Vanguart amadureceu. O violino de Fernanda Kostchak complement­ou aquilo que já estava redondo e pronto para florescer. “Éramos jovens de vinte e poucos anos quando começamos nossa carreira. Hoje, com 30, tudo é diferente. Amadurecem­os, fomos para estrada. Tudo isso faz a diferença na hora de compor e gravar”, diz o baixista Reginaldo Lincoln.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Coeso e intenso. Som do quarteto de Cuiabá se mostra mais encorpado a cada disco

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