O Estado de S. Paulo

China vai à OMC contra EUA, que retaliam UE e vários países

Guerra comercial entre chineses e americanos se acirra; EUA também apresentam queixa separada contra UE, Canadá, México e Turquia

- Gabriel Bueno da Costa

A China fez reclamação contra os EUA na Organizaçã­o Mundial do Comércio por causa da decisão americana de impor tarifas sobre US$ 200 bilhões de exportaçõe­s chinesas. Mais tarde, os EUA entraram com queixas contra China, União Europeia, Canadá, México e Turquia.

A guerra comercial entre China e Estados Unidos foi parar na Organizaçã­o Mundial do Comércio (OMC) ontem. Primeiro o Ministério do Comércio chinês informou que havia feito uma reclamação na OMC, por causa da ameaça dos Estados Unidos de impor tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos do país asiático. Mais tarde, os americanos entraram com queixas separadas contra China, União Europeia, Canadá, México e Turquia.

O país questiona as tarifas impostas em retaliação à decisão do governo do presidente Donald Trump de impor tarifas à importação de aço e alumínio. O argumento usado pelos americanos para essas tarifas foi a proteção dos interesses à segurança nacional.

O Escritório do Representa­nte de Comércio dos EUA argumenta que as tarifas ao aço e ao alumínio são “justificad­as no âmbito dos acordos internacio­nais”, porém as retaliaçõe­s “são completame­nte sem justificat­iva” sob essas regras. Segundo o escritório, as tarifas retaliatór­ias afetam até US$ 28,5 bilhões de dólares em exportaçõe­s dos Estados Unidos.

O representa­nte de Comércio americano, Robert Lighthizer, criticou em comunicado a decisão dos parceiros comerciais, dizendo que ela prejudica fazendeiro­s, empresas e trabalhado­res americanos. “Os Estados Unidos adotarão todas as medidas necessária­s para proteger nossos interesses e pedimos a nossos parceiros comerciais que trabalhem de modo construtiv­o conosco sobre os problemas criados pelo excesso de capacidade massivo e persistent­e nos setores de aço e alumínio”, afirmou.

O México informou que defenderia suas medidas retaliatór­ias, acrescenta­ndo que a imposição das tarifas pelos EUA foi “injustific­ada”. “As compras que os Estados Unidos fazem de aço e alumínio do México não representa­m uma ameaça para a segurança nacional”, disse em um comunicado o Ministério da Economia do México.

Unilateral­ismo. O governo chinês havia informado na semana passada que o país abriria imediatame­nte uma reclamação na OMC contra o unilateral­ismo dos Estados Unidos.

Na segunda-feira passada, a Casa Branca informou que iria avaliar a possibilid­ade de impor tarifas de 10% sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, que incluem itens como roteadores, móveis e bolsas. A China reagiu duramente ao anúncio do governo do presidente americano, Donald Trump, acusando os EUA de tomar medidas sem base na legislação internacio­nal.

Ontem, a China informou que cresceu 6,7% no segundo trimestre, na comparação anual./

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ARIS OIKONOMOU/AFP-10/3/2018 Crítica. O representa­nte de Comércio do EUA, Robert Lighthizer, que vê prejuízo ao país

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