China vai à OMC contra EUA, que retaliam UE e vários países
Guerra comercial entre chineses e americanos se acirra; EUA também apresentam queixa separada contra UE, Canadá, México e Turquia
A China fez reclamação contra os EUA na Organização Mundial do Comércio por causa da decisão americana de impor tarifas sobre US$ 200 bilhões de exportações chinesas. Mais tarde, os EUA entraram com queixas contra China, União Europeia, Canadá, México e Turquia.
A guerra comercial entre China e Estados Unidos foi parar na Organização Mundial do Comércio (OMC) ontem. Primeiro o Ministério do Comércio chinês informou que havia feito uma reclamação na OMC, por causa da ameaça dos Estados Unidos de impor tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos do país asiático. Mais tarde, os americanos entraram com queixas separadas contra China, União Europeia, Canadá, México e Turquia.
O país questiona as tarifas impostas em retaliação à decisão do governo do presidente Donald Trump de impor tarifas à importação de aço e alumínio. O argumento usado pelos americanos para essas tarifas foi a proteção dos interesses à segurança nacional.
O Escritório do Representante de Comércio dos EUA argumenta que as tarifas ao aço e ao alumínio são “justificadas no âmbito dos acordos internacionais”, porém as retaliações “são completamente sem justificativa” sob essas regras. Segundo o escritório, as tarifas retaliatórias afetam até US$ 28,5 bilhões de dólares em exportações dos Estados Unidos.
O representante de Comércio americano, Robert Lighthizer, criticou em comunicado a decisão dos parceiros comerciais, dizendo que ela prejudica fazendeiros, empresas e trabalhadores americanos. “Os Estados Unidos adotarão todas as medidas necessárias para proteger nossos interesses e pedimos a nossos parceiros comerciais que trabalhem de modo construtivo conosco sobre os problemas criados pelo excesso de capacidade massivo e persistente nos setores de aço e alumínio”, afirmou.
O México informou que defenderia suas medidas retaliatórias, acrescentando que a imposição das tarifas pelos EUA foi “injustificada”. “As compras que os Estados Unidos fazem de aço e alumínio do México não representam uma ameaça para a segurança nacional”, disse em um comunicado o Ministério da Economia do México.
Unilateralismo. O governo chinês havia informado na semana passada que o país abriria imediatamente uma reclamação na OMC contra o unilateralismo dos Estados Unidos.
Na segunda-feira passada, a Casa Branca informou que iria avaliar a possibilidade de impor tarifas de 10% sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, que incluem itens como roteadores, móveis e bolsas. A China reagiu duramente ao anúncio do governo do presidente americano, Donald Trump, acusando os EUA de tomar medidas sem base na legislação internacional.
Ontem, a China informou que cresceu 6,7% no segundo trimestre, na comparação anual./