Após intervenção, Rio já teve 10 crianças baleadas
Durante os cinco meses de intervenção federal no Rio, dez crianças foram baleadas na região metropolitana da capital – duas delas morreram. No mesmo período, foram registrados no Estado mais tiroteios e chacinas e menos mortos do que nos cinco meses anteriores. Os dados são de um balanço do Fogo Cruzado, serviço que organiza e distribui em um aplicativo informações sobre violência coletadas por colaboradores.
Já o número de mortos, aponta o Fogo Cruzado, caiu quase 8% após a medida. Nas áreas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), a queda foi de 33%. Mesmo assim, em toda a região metropolitana, 637 pessoas morreram por disparos de armas de fogo nos cinco meses de intervenção.
Ontem, completaram-se cinco meses da ação federal. Um dos casos de maior repercussão foi o de Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, morto quando ia, uniformizado, para a escola, durante operação policial na Favela da Maré, zona norte carioca. Nove dos 44 baleados no período morreram. Já as chacinas (massacres com três ou mais mortos) aumentaram 80%.
Houve 4.005 tiroteios/disparos de arma de fogo durante a intervenção, ante 2.950 nos cinco meses anteriores – alta de 36%. Do total, 690 episódios (17%) tiveram participação de agentes de segurança, ante os 316 (11% do total) verificados nos cinco meses anteriores.
O Observatório, ONG que acompanha a ação federal, relatou 280 operações monitoradas pelo Comando Conjunto. Nelas, foram apreendidas 260 armas de fogo, média de 0,9 arma por operação.
Anteontem, pelo menos cinco supostos traficantes foram mortos pela polícia no Alemão. A PM disse que os agentes foram atacados por bandidos e reagiram. Com o incidente, o número de mortos em episódios com três ou mais mortos envolvendo agentes policiais é de 119 no período.
Porta-voz do Comando Militar do Leste, o coronel Carlos Cinelli não quis falar sobre os números do Observatório. O Gabinete de Intervenção Federal e a Secretaria de Segurança também não quiseram se manifestar./