O Estado de S. Paulo

Ações da Netflix caem 14% com lucro abaixo do esperado.

Serviço de streaming atraiu quase 5,5 milhões de novos assinantes à sua base; investidor­es esperavam cresciment­o de 6,2 milhões de usuários

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O serviço de streaming de vídeo Netflix chegou à marca de 124,35 milhões de assinantes no fim de junho, cresciment­o de 5,45 milhões de usuários pagantes na comparação com o primeiro trimestre de 2018. O resultado consta do balanço do segundo trimestre da empresa, divulgado ontem, e ficou abaixo da expectativ­a do mercado – a meta era de cresciment­o de 6,2 milhões de usuários. Com isso, as ações da empresa despencara­m na Bolsa, sendo negociadas a US$ 343,53, em queda de 14% após o fechamento do pregão de ontem.

“Tivemos um segundo trimestre forte, mas não estelar”, disse o presidente executivo da empresa, Reed Hastings, em carta enviada aos acionistas. Os resultados financeiro­s também foram abaixo do esperado: a empresa faturou US$ 3,91 bilhões,

enquanto a expectativ­a era de receitas de US$ 3,94 bilhões. O lucro do trimestre ficou em US$ 384 milhões.

Os resultados são um banho de água fria no momento vivido pela empresa, que conseguiu crescer acima do esperado nos últimos quatro trimestres. Na semana passada, a empresa conseguiu interrompe­r um recorde de 17 anos de hegemonia da HBO, ao conquistar o maior número de indicações ao Emmy, principal premiação da televisão americana.

Conteúdo. Além disso, a reação dos investidor­es mostra que nem todos estão contentes com o rumo da empresa, que gasta mais e mais bilhões de dólares criando conteúdo original – algo que aumenta seus gastos e as dívidas. “Os investidor­es estão desanimado­s, e as projeções para o futuro são suspeitas”, disse Eric Schiffer, presidente executivo da empresa de private equity Patriarch.

Para atrair novos clientes, a companhia disse que investir US$ 8 bilhões em programaçã­o original neste ano, além de US$ 2 bilhões em marketing. A expectativ­a da Netflix é conquistar 5 milhões de novos assinantes no próximo trimestre – e espera-se que boa parte deles venha da Índia. Na semana passada, o serviço de streaming lançou Sacred Games, sua primeira série original produzida no país, conhecida pelo polo de produção de cinema Bollywood. A segunda produção indiana, Ghoul, está marcada para agosto. /

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LUCY NICHOLSON/REUTERS Gasto. Empresa investirá US$ 8 bi em conteúdo neste ano
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