‘O SUS contra a ciência’
Oportuno e esclarecedor o artigo O SUS contra a ciência (17/7, A2), que desmascara as pseudociências conhecidas pela estranha denominação de Práticas Integrativas e Complementares, ou “medicina e práticas alternativas”, pelos leigos. É assustador saber que o Sistema Único de Saúde (SUS) despende preciosos recursos com bobagens como acupuntura e homeopatia, que chegam a ser recomendadas por alguns médicos, podendo os gastos com essas práticas serem descontados do Imposto de Renda.
LUIZ MARIO LEITÃO DA CUNHA luizmleitao@gmail.com
São Paulo
Sobre o artigo O SUS contra a
ciência, há diversas revisões sistemáticas e meta-análises de instituições independentes, como o Instituto Cochrane, e revisões publicadas em conceituados periódicos médicos, como o Journal of American Medical Association, que demonstram um efeito benéfico da acupuntura para diversas patologias, tais como cefaleias, fibromialgia e dores crônicas. Um estudo recente publicado nessa revista, de 2012, avaliou quase 18 mil pacientes com diversos tipos de dores e encontrou que a acupuntura tem um efeito analgésico importante, se comparado ao tratamento convencional como exercícios, medicamentos e também em relação ao placebo. A ciência está em constante evolução. A acupuntura, apesar de ser uma terapia milenar chinesa, só nos últimos anos vem sendo avaliada por estudos científicos de maior qualidade, para compreendermos o mecanismo de ação, efeitos biológicos, suas possíveis limitações e quais pacientes poderiam se beneficiar deste tratamento. Estudos dos últimos anos com ressonância magnética funcional mostram que o estímulo nervoso feito pelas agulhas pode ter um efeito de neuromodulação central, ou seja, ativando áreas específicas do cérebro contra a dor. Não sabemos exatamente todos os possíveis efeitos ou mecanismos da acupuntura. Inclusive muitos estudos ainda são inconclusivos, mas é por isso que cientistas devem se atualizar e utilizar de novas pesquisas para mudarmos e atualizarmos nossos conceitos. HONG JIN PAI, médico clínico do Centro de Dor da Neurologia da USP, professor colaborador do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP hongpai.spam@gmail.com
São Paulo
O artigo O SUS contra a ciência me causou certa indignação. Afinal, qual a razão para “abrir guerra” contra alternativas mais naturais para a prevenção, alívio da dor ou a cura de doenças, como a terapia pela acupuntura e outras mais naturais? Sabe-se que os medicamentos aprovados pelas agências reguladoras, como a Anvisa no Brasil e FDA nos EUA, têm comprovação de sua eficácia pelos testes clínicos e seguindo os trâmites necessários para a obtenção das patentes com o rigor da lei, que é uma segurança para nós, pacientes, quanto à sua qualidade. Mas praticamente toda droga traz consigo seus efeitos colaterais, muitas vezes maléficos ao organismo. Estou errada? Leiam a bula dos remédios e vejam quantos malefícios algumas drogas podem trazer ao sistema imunológico e à saúde dos pacientes. Não digo que devemos evitar essas drogas, mas o médico de confiança deve prescrever esses medicamentos quando existe a real necessidade para o tratamento medicamentoso. Na minha opinião, cabe ao médico optar pelos tratamentos à sua disposição para a prevenção e cura do paciente, e, se em algum caso o tratamento alternativo pode ajudar, qual a razão de condenar essa prática?
SILVIA REBOUÇAS P. DE ALMEIDA silvia_almeida7@hotmail.com
São Paulo