O Estado de S. Paulo

Sem acordo com PR, Bolsonaro deve anunciar general como vice

Nome mais provável é o de Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que chefiou tropas do País em missão no Haiti

- Leonencio Nossa / BRASÍLIA / COLABORARA­M RENAN TRUFFI e CAMILA TURTELLI

O pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, deputado Jair Bolsonaro (RJ), confirmou ontem o fim das negociaçõe­s com o PR para uma aliança eleitoral. “Sabíamos que isso poderia ocorrer, mas jamais desistirem­os dos nossos ideais”, afirmou Bolsonaro ao Estado. “Vamos em frente com os oito segundos (de tempo de propaganda eleitoral na TV).”

Com o fim das negociaçõe­s com o PR, Bolsonaro pode anunciar hoje um general para compor sua chapa como candidato a vice. O nome mais forte é o do general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira (PRP), responsáve­l pelo programa de governo do presidenci­ável na área de segurança pública. Ele comandou as tropas do País no Haiti e também é um dos ex-comandante­s militares da Amazônia. Bolsonaro foi cadete de Heleno quando integrava as Forças Armadas. A convenção do PSL está marcada para o próximo domingo, no Rio de Janeiro.

“Não haverá aliança com exigências do PR de coligação nas chapas de deputados federais em São Paulo e Rio de Janeiro. Bolsonaro possivelme­nte anunciará amanhã (hoje) o general Heleno como vice”, afirmou o deputado Major Olímpio (PSL-SP), pré-candidato ao Senado por São Paulo.

Logo que saíram declaraçõe­s de que seria indicado à vice na chapa, o general da reserva disse ao Estado que “nada” está confirmado. Ele, no entanto, afirmou que está pronto “para a missão”. “Nunca pleiteei nada, não fico sem dormir por causa disso. Estou pronto para cumprir a missão, caso seja designado, como sempre fiz na minha vida.”

Em março deste ano, ao se filiar ao PSL, Bolsonaro passou a defender aliança com o senador Magno Malta (PR-ES), influente entre setores evangélico­s e que poderia ser o vice na chapa. Mas as conversas não avançaram.

Segundo o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA), a bancada está dividida entre apoiar Bolsonaro ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, mesmo condenado e preso na Lava Jato, é indicado pelo seu partido para disputar o cargo. Segundo Rocha, as alianças regionais nos Estados têm contribuíd­o para a divergênci­a dentro da sigla. “A bancada está meio a meio. Há deputados que preferem Bolsonaro e outros que são favoráveis a apoiar o Lula.”

“Estou pronto para cumprir a missão (de ser vice na chapa de Jair Bolsonaro), caso seja designado, como sempre fiz na minha vida.” Augusto Heleno Ribeiro Pereira

GENERAL DA RESERVA DO EXÉRCITO

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