PF desarticula grupo que clonou celulares de ministros
Operação prende duas pessoas no Maranhão e em Mato Grosso do Sul; Marun e Padilha foram vítimas do esquema
A Polícia Federal desarticulou um grupo criminoso responsável pela clonagem de celulares de autoridades públicas como os ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil), ambos do MDB, e a governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP).
Resultado de investigação conduzida em parceria com as polícias civis do Paraná e do Maranhão, a Operação Swindle cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Maranhão e em Mato Grosso do Sul.
Um dos presos no Maranhão, Leonel Pires Júnior seria o líder do grupo e responsável por comprar, por meio de uma empresa, os chips utilizados pelos criminosos. A PF também descobriu que uma lan house era usada para a prática da fraude.
Os criminosos, segundo a PF, se apossavam das contas de WhatsApp das vítimas e, se fazendo passar pelos reais donos dos números, solicitavam transferências bancárias para pessoas de suas listas de contatos. Para receber os valores, o grupo se valia de contas bancárias falsas e outras emprestadas por terceiros. Os investigadores ainda não sabem os valores arrecadados pelo grupo com o golpe.
“Os golpistas se passavam pelas autoridades, alegando que tinham seu limite de transferência bancária excedido e solicitavam que a pessoa da lista de contatos da agenda telefônica fizesse uma transferência complementar para uma conta dada pelo falsário. Em alguns casos, os golpistas encaminhavam boletos a serem pagos pelas vítimas, que acreditavam estar fazendo um favor para os mesmos”, disse a polícia do Maranhão, por meio de nota.
Depósito. Marun foi o primeiro dos ministros a ser alvo do grupo. Como mostrou o Estado em março, após ser acionado via aplicativo, um amigo pessoal do ministro se dispôs a fazer um depósito. Marun afirmou à época que quem trocava mensagens com o falsário recebia de volta um pedido de “um favor” seguido da pergunta se o contato possuía conta no Banco do Brasil.
Braço direito de Temer, o ministro Eliseu Padilha foi alvo duas vezes do grupo criminoso. Após trocar pela segunda vez de celular por causa da clonagem, o emedebista enviou uma mensagem aos seus contatos.
“Atenção: este meu celular foi clonado e soube que estão fazendo pedidos indevidos em meu nome. Não atendas nem mandes mensagens para este número. Vou tratar de responsabilizar criminalmente o clonador”, escreveu Padilha.
A defesa de Leonel Pires Jr. não foi localizada.
“Em alguns casos os golpistas encaminhavam boletos a serem pagos pelas vítimas, que acreditavam estar fazendo um favor para os mesmos.” Polícia do Maranhão
EM NOTA