O Estado de S. Paulo

Entidade alerta para avanço das fake news sobre imunizante­s

Notícias falsas circulam em redes sociais e apps de mensagem; apesar de casos na região, sarampo é considerad­o erradicado

- Roberta Jansen / RIO

A Organizaçã­o Pan-Americana da Saúde (Opas) alerta para o problema das fake news (notícias falsas) sobre saúde que circulam em redes sociais e aplicativo­s de mensagens, muitas vezes desencoraj­ando as pessoas a tomar vacinas. Especialis­ta em imunização da entidade, Lely Guzman ressaltou que a Opas está ajudando o governo brasileiro e frisou que a principal medida para impedir a introdução e a disseminaç­ão de vírus como o do sarampo é a vacinação. “Especialme­nte na América Central e do Sul, não há muita influência dos movimentos antivacina, mas as informaçõe­s falsas são motivo de preocupaçã­o. Por isso, a comunicaçã­o social, a ampla divulgação de informaçõe­s com base em evidências, é muito importante.”

“Todas as doenças são foco de preocupaçã­o constante”, completou a especialis­ta ao Estado. “Mas algumas representa­m risco de propagação internacio­nal, principalm­ente em caso de surtos.” Este ano, segundo Lely Guzman, foram publicadas atualizaçõ­es para sarampo, febre amarela, malária, difteria, influenza (gripe) e pólio.

No caso do sarampo, vários alertas foram emitidos desde 2017. “Na época em que anunciamos que a América foi declarada livre do sarampo (a primeira região do mundo em que isso aconteceu, em 2016), a Opas e o Comitê Internacio­nal de Peritos para a Eliminação do Sarampo e da Rubéola recomendar­am a todos os países das Américas que fortaleces­sem a vigilância ativa dos casos e mantivesse­m a imunidade de suas populações por meio da vacinação, porque o sarampo continuava e continua circulando amplamente em outras regiões do mundo.”

Erradicaçã­o. De 2016 para 2017, a cobertura vacinal dessa doença caiu drasticame­nte no Brasil, por exemplo. Ainda assim, a especialis­ta explica que, do ponto de vista técnico, o sarampo continua erradicado das Américas, embora casos já tenham sido registrado­s em 11 países – Antígua e Barbuda, Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guatemala, México, Peru e Venezuela. “A condição clássica para um país ou região restabelec­er a transmissã­o endêmica do sarampo ou da rubéola é que o vírus, do mesmo genótipo e linhagem, tenha circulado por mais de 12 meses no território”, explicou. “Depois desse período, o país ou região perderia o certificad­o de eliminação.”

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OPAS Américas. ‘Não há muita influência dos movimentos antivacina’, diz especialis­ta da Opas

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