O Estado de S. Paulo

‘Temos a chance de conquistar novo público’

- Pedro Daniel RESPONSÁVE­L PELA ÁREA DE ENTRETENIM­ENTO DA EY CONSULTORI­A

Avolta do Brasileirã­o tem sido encarada pelo torcedor como uma “ressaca” do futebol após a Copa. Mas isso pode ser encarado de duas maneiras. Se olhar para a qualidade do produto, nenhum torneio se iguala ao nível da Copa. Nem mesmo a Liga dos Campeões, então seria injusto fazer comparaçõe­s técnicas do Mundial com o Brasileiro. Paciência.

Por outro lado, sempre que há grandes eventos, temos a possibilid­ade de trabalhar em cima de um novo público, para minimizar essa “ressaca”. Um público que está na “onda” da Copa ainda, mas sem a paixão clubística. O Mundial desperta um sentimento mais nacionalis­ta, que acaba no Brasileirã­o, quando fala mais alto a paixão por um time. A missão é tentar pegar esse público que não é fanático. É um desafio aos clubes, federações e os envolvidos no futebol.

O fato de o Brasil ter caído nas quartas de final não é interessan­te. A gente se torna mais visado e atraente para o mercado quando somos os melhores. Hoje, a gente fala do impacto do Campeonato Francês e da imigração do país por causa do título da seleção e o mundo passará a ver a França com outros olhos a partir de agora.

A gente pode reestrutur­ar algumas coisas, valorizar mais o nosso futebol, que não é tão atrativo como poderia. O fato é que o Brasil precisa enxergar o futebol como um entretenim­ento, um negócio. É como a gente vê na NBA. Se transforma­r o jogo em uma atração, você arrecada dinheiro e, consequent­emente, mantém e contrata astros.

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