O Estado de S. Paulo

Bryan Ruiz sonha fazer jus à camisa 10 de Pelé

Após não repetir o brilho de 2014 na Rússia, meia espera ser o motor e o cérebro do meio de campo de Jair Ventura

- Rafael Franco

Reforço de peso do Santos, o costa-riquenhos Bryan Jafet Ruiz González desembarco­u na Vila Belmiro com a honra de ser apresentad­o com a camisa 10 que foi eternizada por Pelé.

Ao lado do goleiro Keylor Navas, o meio-campista foi o principal destaque da surpreende­nte campanha da Costa Rica que desbancou os favoritos Uruguai e Itália e só caiu nos pênaltis diante da Holanda nas quartas de final da Copa de 2014.

Porém, esteve distante de reeditar este protagonis­mo na Rússia, onde não fez nenhum gol e não deu sequer uma assistênci­a no Mundial no qual a sua seleção foi eliminada na primeira fase com duas derrotas (uma delas para o Brasil) e um empate.

Assim, o canhoto chegou ao Santos sem ser visto como um jogador estrangeir­o de patamar alto como a torcida santista gostaria, apesar das vantagens que os seus 1, 87 m de estatura podem lhe proporcion­ar.

Bryan completará 33 anos daqui um mês e hoje é muito mais um armador de jogadas do que o goleador nato que chegou a ser no início de sua trajetória no futebol europeu. Revelado pela Liga Alajuelens­e, da Costa Rica, ele foi o principal artilheiro do Genk, da Bélgica, na temporada 2007/2008, e depois contabiliz­ou 43 bolas na rede em 96 jogos pelo Twente, da Holanda.

Em seguida, atuou pelo Fulham, da Inglaterra, voltou para o futebol holandês para um curta passagem por empréstimo ao PSV Eindhoven, que ele defendeu no mesmo 2014 em que brilhou na Copa. Com o status que conquistou com suas atuações no Brasil, o meia atraiu o interesse do Sporting, de Portugal, onde jogou de 2015 a 2018, período em que marcou só 18 gols em 121 jogos e ganhou dois títulos.

Bryan, entretanto, não faz mais questão de ser protagonis­ta como goleador, mas sim como a referência do meio-campo que perdeu Lucas Lima para o Palmeiras em 2017. Espera ser o criador e o motor deste setor.

“O Santos precisa de um jogador que acelere a partida, tenho experiênci­a nisso”, lembrou o meia em sua apresentaç­ão como reforço, na semana passada.

Jogador da seleção da Costa Rica desde 2005, ele tem 24 gols em 114 jogos pela equipe nacional e agora almeja ser o principal cérebro do time santista.

Fora dos gramados, por sinal, a sua capacidade intelectua­l lhe permitiu assinar 228 colunas no jornal costa-riquenhos Al Día entre 2011 e 2014, período em que usou o espaço concedido pela publicação para emitir opiniões sobre atualidade­s do futebol.

Ainda sem poder contar com o futebol de Bryan Ruiz, em férias após defender a Costa Rica na Copa do Mundo, o Santos treinou ontem à tarde no CT Rei Pelé visando o clássico de amanhã, contra o Palmeiras, no Pacaembu. A principal novidade do trabalho foi a volta do zagueiro David Braz, que estava afastado por intoxicaçã­o alimentar.

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ANTON VAGANOV/REUTERS-12/6/2018 Reforço. Meia costa-riquenho chega à Vila Belmiro após não brilhar na Copa da Rússia

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