O Estado de S. Paulo

Fundo Aurelius não é mais credor da operadora Oi

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Depois de liderar várias brigas na Justiça contra a Oi, inclusive na Corte holandesa, o fundo abutre Aurelius já não é mais um dos credores da tele. Seguindo sua estratégia de atuação, o fundo aproveitou a alta dos bônus no mercado secundário de dívida externa, após a aprovação do plano de recuperaçã­o da empresa, para realizar lucro. Os papéis foram adquiridos perto das mínimas, na iminência do pedido de recuperaçã­o judicial da empresa, em 2016. O Aurelius chegou a ter US $ 600 milhões de bônus da Oi . O fundo é conhecido mundialmen­te por sua postura agressiva e litigiosa enquanto credor de empresas e governos em situação de estresse financeiro. O Aurelius foi, por exemplo, responsáve­l pelo calote da Argentina em 2014.

» Sem compromiss­o. Sem compromiss­o com a recuperaçã­o do devedor, o fundo entra, normalment­e, no pior momento da empresa com objetivo de obter retorno na virada do papel, muitas vezes equivalent­e a centavos de dólar, mas que porcentual­mente resultam num excelente retorno.

» Mundo em tensão. As ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) giraram, no mundo, US$ 110,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, queda de 47% em relação a igual intervalo do ano passado, de acordo com levantamen­to realizado pela PwC. Desse total, US$ 58,1 bilhões foram no segundo trimestre do ano. Em número de operações, a queda foi de 61%, com 589 IPOs no período. Na Bolsa brasileira, as três ofertas iniciais do ano ocorreram em abril: Notredame Intermédic­a, Hapvida e banco Inter. Em janeiro, a brasileira Pagseguro abriu seu capital, mas escolheu a bolsa de Nova Iorque, a Nyse, ao invés da B3.

» Gigante. O IPO da PagSeguro, que movimentou US$ 2,6 bilhões, foi o quinto maior IPO global na primeira metade deste ano. O maior foi na bolsa alemã, a Deutsche Börse, realizado pela Siemens Healthinee­rs, que girou US$ 5,2 bilhões. Na sequência está a recente oferta da chinesa Xiomi, de US$ 4,7 bilhões, na bolsa de Hong Kong. Do total dos IPOs, 32% foram nos Estados Unidos, 12% na China e 10% em Hong Kong.

» Bilhões e bilhões. As ofertas subsequent­es, os follow ons, por sua vez, somaram US$ 272,2 bilhões globalment­e de janeiro a junho, ainda conforme dados da PWC. O montante é 56% inferior ao visto no mesmo intervalo do ano anterior.

» Expansão. O escritório Dias Carneiro Advogados passou a contar com dois novos sócios. Foram promovidos Joyce Alves e Paulo Leme, das áreas de concorrenc­ial, anticorrup­ção e integridad­e corporativ­a e bancário e financeiro, financiame­nto de projetos e infraestru­tura, respectiva­mente. Agora, a banca passa a ter 14 sócios no total.

» De chegada. A seguradora francesa Coface, com foco em seguros de crédito, acaba de eleger a ex-Swiss Re Carmina Abad Sanchez para liderar a região da América Latina. Ela vai integrar o comitê executivo e reportar a Xavier Durand, CEO do grupo, no lugar de Bart Pattyn, que deixou a companhia.

» Verde e amarelo. No Brasil, a Coface ainda negocia a compra da fatia do Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), que juntos detêm 25% da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE), da qual a francesa é majoritári­a, com 75,82% do capital. Ao adquirir o restante, a companhia encerraria um movimento iniciado em 2008, quando Bradesco, SulAmérica, Unibanco AIG e Minas Brasil, acionistas na época, decidiram deixar a sociedade.

» Foco. O banco ABC Brasil, historicam­ente focado na prestação de crédito e serviços para empresas, vai testar o segmento de pessoas físicas com o lançamento de sua própria plataforma digital de investimen­to. Inicialmen­te, a instituiçã­o vai distribuir apenas seus produtos, mas não descarta abrir sua plataforma futurament­e, seguindo o irreversív­el movimento de desbancari­zação, por meio da inovação, da indústria financeira.

» Funding. Apesar da plataforma própria, o ABC manterá seus papéis nos canais de distribuiç­ão de terceiros. As corretoras, especialme­nte a XP, têm prestado um importante serviço para a manutenção da capacidade de funding dos bancos médios, ao atingir um público grande e variado.

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ENY MIRANDA/OI-17/3/2017
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YVES HERMAN/REUTERS
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GABRIELA BILO / ESTADÃO - 6 /2/2018

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