O Estado de S. Paulo

4 PERGUNTAS PARA...

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Gilberto Duarte, presidente da Abecip

Depois de empurrarem as taxas de crédito imobiliári­o para o menor patamar em quatro anos, os bancos devem iniciar um movimento contrário, disse o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliári­o e Poupança (Abecip), Gilberto Duarte, em entrevista recente ao Estadão / Broadcast.

1. O cenário econômico se deteriorou após a greve dos caminhonei­ros. Essa piora já afetou a demanda das pessoas por crédito imobiliári­o? Os desembolso ainda estão dentro do esperado. Os juros praticados no mercado são praticamen­te os mesmos do melhor momento do setor de crédito imobiliári­o, entre 2013 e 2014. Se fosse apenas preço e disponibil­idade de dinheiro, o mercado já estaria em outro ritmo, o que só reforça a ideia de que está faltando demanda.

2. Em um cenário normal, com o juro baixo, o desempenho do crédito imobiliári­o seria melhor?

Estaria ainda melhor. Mesmo com preço mais acessível e os bancos com apetite para emprestar, não estamos vendo o volume crescer de maneira mais expressiva, porque a demanda ainda está comedida.

3. Com a melhora do desempenho da poupança, não seria oportuno os bancos serem mais agressivos em taxa?

Se tivéssemos um cenário de longo prazo mais positivo, o movimento seria exatamente esse. Como a curva de juro está muito alta lá na frente, ninguém tem apetite hoje de baixar mais os juros.

4. Neste cenário, não devemos esperar novas quedas de juros no crédito imobiliári­o?

Pode ocorrer o contrário, de os bancos, apesar de não estarem desembolsa­ndo todos os recursos que têm disponívei­s, irem na direção contrária, de subir um pouco os preços.

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