Booking investe US$ 500 mi na dona da 99
A empresa chinesa de aplicativos de transporte Didi Chuxing anunciou ontem um novo aporte de US$ 500 milhões da companhia de viagens online Booking. Segundo comunicado emitido pelas duas empresas, o investimento faz parte da estratégia da Didi para crescer fora do mercado chinês. Os detalhes da transação não foram revelados e ainda não se mensurou o efeito do acordo na avaliação de mercado da Didi, que hoje está em US$ 56 bilhões.
Além disso, como parte do acordo, a Booking vai passar a permitir que seus usuários peçam veículos da Didi dentro de seu próprio aplicativo. Já os clientes da Didi também poderão ter acessos ao serviço de turismo da parceira. Isso pode ajudar o Booking a ganhar presença no mercado chinês, dominado por empresas locais. Hoje, a Didi é usada por 550 milhões de pessoas no mundo – a vasta maioria delas está na China.
O novo investimento surge no momento em que a Didi começa a se expandir globalmente: além de investimentos em aplicativos como Ola, da Índia, e Grab, do Sudeste Asiático, a empresa também adquiriu a brasileira 99 e lançou operações no México e no Japão.
Já o Booking está avaliado hoje em US$ 97 bilhões e cuida de alguns dos principais serviços de turismo online, como Agoda, Kayak e Priceline, além do site que dá nome ao grupo.
Divisão. O investimento pode não ser a última movimentação da Didi nos próximos tempos: segundo fontes próximas à empresa, que conversaram com a agência de notícias Reuters, a empresa pode em breve fazer uma divisão de suas operações, criando uma segunda companhia focada em serviços de carros, como leasing e manutenção de veículos.
A negociação, que envolve o grupo japonês Softbank, pode levantar entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão. “A operação necessita de investimento e é um ativo pesado para a empresa”, disse Mo Jia, analista da consultoria Canalys.
Para Jia, a Didi se prepara para abrir seu capital e ter esse ativo a menos pode torná-la mais atraente para investidores. Além disso, a empresa precisa levantar capital para continuar sendo competitiva no mercado global de aplicativos de transporte, conhecido por ser um dos que mais “queima dinheiro”. A Didi e a Softbank não comentaram o assunto. /