O Estado de S. Paulo

Paper Excellence conclui compra da Eldorado

- / WAGNER GOMES

A Paper Excellence, empresa que pertence à família indonésia Widijaja, informou ontem que concluirá no início de agosto a aquisição da fabricante de celulose Eldorado Brasil, conforme antecipou a Coluna do Broadcast.

Será a última etapa de um processo avaliado em R$ 15 bilhões, e que foi iniciado em 2 de setembro do ano passado. A venda da fabricante ocorreu em meio à tentativa da antiga dona da fabricante de celulose, o grupo J&F, de angariar recursos para o cumpriment­o de pagamentos relativos à delação premiada de Joesley e Wesley Batista, que foi posteriorm­ente rescindida pela Procurador­ia-Geral da República (PGR).

O negócio sofreu um baque logo na sequência, em 13 de setembro, quando os irmãos foram presos pela Polícia Federal sob a suspeita de terem praticado crime contra o mercado financeiro e de câmbio em abril, um mês antes de fecharem o acordo de delação, em maio.

O negócio de R$ 15 bilhões entre a Paper Excellence e a Eldorado inclui dívidas e as fatias dos fundos Petros (da Petrobrás) e Funcef (da Caixa Econômica Federal) na companhia, que detinham 17% do negócio, que exerceram o seu direito de participar do negócio nas mesmas condições do controlado­r.

Para fechar a aquisição, a Paper Excellence deverá fazer, até 10 de agosto, o pagamento complement­ar por 50,59% das ações da companhia que permanecem com a J&F Investimen­tos. Com isso, a Paper Excellence passa a ser dona de 100% da Eldorado Brasil.

A Paper Excellence adquiriu 49,41% da Eldorado por R$ 3,8 bilhões e agora, segundo comunicado de ontem, vai pagar aproximada­mente R$ 4 bilhões pelas ações restantes. O plano, ao assumir a produtora de celulose, que em 2017 superou 1,7 milhão de toneladas de produção, é refinancia­r as dívidas.

Após o fechamento do acordo, em 2 de setembro de 2017, a Paper Excellence fez um primeiro pagamento à J&F no dia 25 do mesmo mês, adquirindo 13% da empresa, que tem capacidade para produzir 1,7 milhão de toneladas de celulose e mantém uma fábrica em Três Lagoas (MS). Em dezembro, pagou o valor referente a outros 36,41%, pertencent­es aos fundos de pensão Petros e Funcef, à J&F e também ao fundo de investimen­to Olímpia.

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