SAÚDE PÚBLICA
‘O SUS contra a ciência’
Excelente o artigo das cientistas da USP O SUS contra a ciência (17/7, A2), alertando para a inclusão no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) de práticas terapêuticas que não têm embasamento científico comprovado. Foram abandonadas pelos sistemas de saúde de países que contam com mais recursos que o nosso. Essas práticas, além de serem um desperdício de recursos, são frequentemente perigosas para o paciente por adiar diagnóstico e conduta adequados. Incluem-se entre elas a homeopatia, medicina ortomolecular, acupuntura, florais, imposição de mãos ou Reiki, passes e cirurgias “espirituais”. A boa prática médica deve se fundamentar na medicina baseada em evidências, e não em administrar efeitos placebos.
ISES DE ALMEIDA ABRAHAMSOHN, médica pela FMUSP e cientista aposentada da USP ises.abrahamsohn@gmail.com São Paulo
Absurdo o Estadão publicar este artigo tendencioso e sem fundamento. A acupunturiatria é uma especialidade médica, intervencionista, reconhecida como tal pelo Conselho Federal de Medicina, pela Organização Mundial da Saúde e outras instituições sérias. Tem suas bases fisiológicas extensamente estudadas, embasando seus efeitos terapêuticos, além de inúmeros estudos científicos bem estruturados comprovando sua eficácia. Deve, pois, ser encarada como especialidade médica séria, nunca misturada no rol de práticas alternativas e não científicas. IGOR DE PAULA RODRIGUES, médico-residente em Acupuntura Famerp igor_p_rodrigues@hotmail.com São José do Rio Preto
Sou médica clínica com mais de dez anos de formação. Trabalho com dor crônica pelo Hospital da Cruz Vermelha do Paraná, em Curitiba. Enquanto trabalhava com pacientes paliativos oncológicos pelo Hospital São Vicente, via todos os dias pacientes serem beneficiados pela técnica da acupuntura, muitas vezes com efeito superior ao de medicamentos opioides fortes, como a morfina. Assisto à me-
lhora diária de pacientes com dor crônica. Estes, além de não estarem sujeitos a efeitos colaterais medicamentosos, são beneficiados com a diminuição de dose e até param de usar medicamentos alopáticos após tratamento com a medicina tradicional chinesa. Qualquer comentário contrário repousa sobre imensa ignorância sobre tal conhecimento e suas ações na prática médica diária.
MICHELLE MARTINS
dra.michelle.martins@hotmail.com Curitiba O artigo traz uma denúncia que não pode passar em branco: recursos hoje escassos destinados à saúde pública estão sendo utilizados em “técnicas ditas curativas que ignoram avanços da ciência”. Como lembram as articulistas, “para ser considerado eficaz, um medicamento ou tratamento deve passar por extensa série de rigorosos testes clínicos que garantam sua segurança e funcionalidade”. A homeopatia, por exemplo, foi banida de rede pública de saúde na Austrália e no Reino Unido, por sua ineficácia. E nos EUA remédios homeopáticos apresentam alertas nas bulas sobre a falta de comprovação científica.
PAULO PANOSSIAN
paulopanossian@hotmail.com São Carlos