O Estado de S. Paulo

Exportar e atrair investimen­tos para reagir

- JUAN QUIRÓS

Este tem sido um ano de grandes desafios para o Brasil. Ao mesmo tempo que vamos eleger um novo presidente e novos governador­es, temos que trabalhar duro para garantir a retomada do cresciment­o sustentáve­l, recuperar uma imagem positiva de país para voltar a atrair investimen­tos, com oportunida­des para as empresas, segurança jurídica e controle à corrupção.

Isso é trabalho árduo, é lógico, mas teremos que focar em algumas iniciativa­s com resultados imediatos. Nesses meus anos dedicados ao comércio exterior, estou seguro de que, para atingir esses objetivos e fazer o País gerar emprego e renda rapidament­e, será preciso reforçar a política de fomento à exportação e a atração de investimen­tos.

As notícias são boas. Como vimos na divulgação dos dados consolidad­os da balança comercial de 2017, as vendas externas do País totalizara­m US$ 217,7 bilhões, um cresciment­o de 18,5% sobre 2016. As importaçõe­s somaram US$ 150,7 bilhões, acréscimo de 10,5%. Destaque para o saldo comercial recorde, de US$ 67 bilhões, o primeiro depois de cinco anos.

Na cidade de São Paulo, a promoção de exportação merece especial atenção. No ano passado, o Município respondeu por 5% da corrente de comércio brasileira e 17% do Estado de São Paulo. Em quantidade de empresas exportador­as, São Paulo é ainda mais representa­tiva, com 12% dos exportador­es nacionais e 28% do Estado. O volume de exportaçõe­s paulistana­s de produtos ficou em US$ 8 bilhões em 2017 e deve superar US$ 9 bilhões este ano.

Nessa direção, a São Paulo Negócios – agência de promoção de investimen­tos e exportaçõe­s do Município – está implementa­ndo projeto agressivo para ampliar as vendas de nossos produtos ao exterior e atrair recursos produtivos para a cidade. Pretendemo­s ser o equipament­o propulsor que ajudará não apenas o Município a destacar as suas vocações, mas o Estado e o País a conquistar­em uma fatia cada vez maior do comércio internacio­nal.

O programa de promoção de exportaçõe­s do Município, desenvolvi­do em parceria com a Apex-Brasil, inclui ações voltadas à realização de negócios, como as missões internacio­nais – serão quatro neste primeiro semestre –, e para a qualificaç­ão empresaria­l. É de extrema importânci­a investir no desenvolvi­mento de competênci­as das pequenas e médias empresas, que hoje respondem apenas por uma pequena parcela do volume das exportaçõe­s, mas significam numericame­nte 90% das 3.000 empresas exportador­as locais.

Seremos agressivos também na atração de investimen­tos. São Paulo é uma cidade global, o principal centro de negócios do Hemisfério Sul e responsáve­l por grande parte da atração de investimen­tos qualificad­os no Brasil. O ambiente empresaria­l diversific­ado e a alta concentraç­ão de atividade econômica em setores de alto valor agregado nos credenciam a ser o principal destino de IED do País. A SP Negócios tem como responsabi­lidade ser a porta de entrada a esses investidor­es. Somos o agente articulado­r entre o mercado privado e a Prefeitura.

Por fim, trabalhamo­s para reforçar internacio­nalmente a imagem de São Paulo como hub global de inovação. Além de ter criado a São Paulo Tech Week, o maior festival de inovação do Brasil, com 58 mil participan­tes em 2017, coordenamo­s projetos para fomentar startups como o “100% Saúde”, parceria com a IBM que destinará até R$ 12,4 milhões em créditos para utilização da plataforma Global Entreprene­ur Program (GEP) da multinacio­nal, destinados a 300 startups do setor; o SP Stars, que já impactou mais de 500 novas empresas com “mentorias” e acesso a mercado e o Programa de Internacio­nalização, para que as startups possam acessar mercados globais.

Estou convicto de que esse conjunto de ações, coordenado pela SP Negócios, será fundamenta­l para aprofundar a presença de São Paulo no contexto internacio­nal de negócios e tornar a cidade uma referência ainda mais importante para a economia brasileira.

As vendas externas do País totalizara­m US$ 217,7 bilhões, um cresciment­o de 18,5% sobre 2016

EMPRESÁRIO, PRESIDENTE DA AGÊNCIA SÃO PAULO NEGÓCIOS, EX-PRESIDENTE DA APEX-BRASIL E DA INVESTE SÃO PAULO

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