Facebook vai excluir ‘fake news’ que incitam violência
Empresa sofria pressão por permitir publicações falsas e de discurso de ódio que culminavam em violência física
O Facebook disse ontem que vai começar a remover publicações falsas que incitam violência física. A novidade chegará primeiro a países que há registros de casos de ataques causados por rumores espalhados na rede social. Não há previsão de lançamento no Brasil.
A mudança é uma resposta da empresa às crescentes críticas por permitir publicações que incitam a violência.
Em Mianmar, por exemplo, o Facebook é acusado de permitir publicações com discurso de ódio e notícias falsas contra muçulmanos. O Sri Lanka teve problemas parecidos. No país, tumultos entre budistas e muçulmanos aconteceram após notícias falsas se disseminarem nas redes sociais. Há registros ainda de que casos semelhantes tenham culminado em ataques na Índia e no México.
Tessa Lyons, gerente de produto do Facebook, confirmou que a novidade é uma resposta a esses casos. “Temos uma responsabilidade mais ampla de não apenas reduzir esse tipo de conteúdo, mas de removê-lo”, afirmou, em evento na sede da companhia, em Menlo Park, nos Estados Unidos.
O Facebook tem tentado equilibrar a defesa da liberdade de expressão e preocupações de ataques na rede social. A atenção é maior em países onde o acesso à internet é relativamente novo e as principais fontes de notícias são limitadas.
Sob as novas regras, o Facebook disse que vai criar parcerias com grupos da sociedade civil local para identificar informações falsas e que devem ser removidas.
A nova função já está em vigor no Sri Lanka e, segundo Lyons, deve ser introduzidas em breve em Mianmar, antes da expansão a outras nações. As mudanças não se aplicam a outros serviços da rede social, como Instagram e WhatsApp.