O Estado de S. Paulo

Bergman humano, mas sem perder a sua grandeza

- Luiz Zanin Oricchio

Bergman – 100 Anos, de Jane Magnusson, chega no momento das comemoraçõ­es em torno do centenário do cineasta sueco. Autor de obrasprima­s como O Sétimo Selo, Morangos Silvestres, Persona, Gritos e Sussurros e Fanny e Alexander, Bergman tende a ser incensado. Não é para menos. Poucos artistas tiveram tanta e tão permanente influência quanto ele. No entanto, Bergman também era um ser humano e, como tal, cheio de arestas e defeitos. Filho de um rígido pastor protestant­e, criou-se com limitações e neuroses impostas por uma religiosid­ade autoritári­a e impiedosa. De certa forma, sua arte o salvou de si mesmo – e da sua pesada herança paterna.

O filme ilumina alguns desvãos menos brilhantes do artista, como sua adesão de juventude ao nazismo, sua problemáti­ca relação com as mulheres, seu uso de uma autoridade conquistad­a através do seu prestígio internacio­nal. Por sorte, Jane não esconde, mas também não chafurda nessas águas menos claras. Bergman era um gigante da nossa época, e isso nunca é esquecido. Em

Donzela, o atrevido pintor vienense do começo do século 20 ganha uma cinebiogra­fia um tanto convencion­al, dirigida por Dieter Berner. Schiele (Noah Saavedra) é um pintor de talento que, no início de carreira, recebe um empurrão providenci­al do já consagrado Klimt. Este

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IMOVISION Bergman. Revelando as suas facetas mais obscuras

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