Bergman humano, mas sem perder a sua grandeza
Bergman – 100 Anos, de Jane Magnusson, chega no momento das comemorações em torno do centenário do cineasta sueco. Autor de obrasprimas como O Sétimo Selo, Morangos Silvestres, Persona, Gritos e Sussurros e Fanny e Alexander, Bergman tende a ser incensado. Não é para menos. Poucos artistas tiveram tanta e tão permanente influência quanto ele. No entanto, Bergman também era um ser humano e, como tal, cheio de arestas e defeitos. Filho de um rígido pastor protestante, criou-se com limitações e neuroses impostas por uma religiosidade autoritária e impiedosa. De certa forma, sua arte o salvou de si mesmo – e da sua pesada herança paterna.
O filme ilumina alguns desvãos menos brilhantes do artista, como sua adesão de juventude ao nazismo, sua problemática relação com as mulheres, seu uso de uma autoridade conquistada através do seu prestígio internacional. Por sorte, Jane não esconde, mas também não chafurda nessas águas menos claras. Bergman era um gigante da nossa época, e isso nunca é esquecido. Em
Donzela, o atrevido pintor vienense do começo do século 20 ganha uma cinebiografia um tanto convencional, dirigida por Dieter Berner. Schiele (Noah Saavedra) é um pintor de talento que, no início de carreira, recebe um empurrão providencial do já consagrado Klimt. Este