Novo cenário das artes
Pedetista recebe centrais sindicais e pede liberdade de Lula; Lupi minimiza falta de acordo com Centrão: ‘Doce poderia estar estragado’
Apostas de sete galerias abertas no último ano vão da pop art ao modernismo brasileiro.
O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, “reconheceu” ontem, na véspera da convenção que vai oficializar sua candidatura, que “comete alguns erros”, e voltou a fazer um aceno aos partidos de esquerda. A afirmação foi feita antes de o Centrão fechar acordo com o tucano Geraldo Alckmin, mas quando já havia indicação de que o grupo estava se distanciando de Ciro.
“Preciso sinalizar a todos os brasileiros de boa-fé que não sou o dono da verdade, eu cometo erros. Não me custa nada reconhecer isso, mas nenhum deles foi por deserção”, disse ele. “Quem quiser, quem puder me ajudar, será muito bem-vindo, mas saibam daquela porta para fora que este governo que eu liderar servirá aos mais pobres e trabalhadores”, complementou.
Até o início da semana, Ciro tinha a preferência de pelo menos dois presidentes dos partidos do bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade. Porém, declarações consideradas polêmicas de Ciro provocaram desgaste e receio nos partidos. Foi o caso de um xingamento a uma promotora de Justiça, por conta de uma investigação movida contra o pedetista por injúria racial. Além disso, há resistência a propostas da equipe de Ciro para a área econômica.
Logo depois, já com o apoio definido do Centrão a Alckmin, o presidente do PDT, Carlos Lupi, minimizou a “perda” da aliança. “Qual o prejuízo de se ter aquilo que não se tinha? Se eu não tinha, que prejuízo tive?” Ao ser questionado se não tiraram o doce da boca da criança, ele respondeu: “Esse doce poderia estar estragado”.
As declarações de Ciro foram dadas na sede do PDT, em Brasília, depois que ele recebeu documento assinado por diversas centrais sindicais, com propostas para seu programa de governo.
O pedetista afirmou que a paz no País só será restaurada com a “liberdade” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. Como mantém negociações com PSB e PCdoB, Ciro aproveitou para fazer um aceno à esquerda, ao condenar o que chamou de “aberração” por parte do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) ao julgar pedido de habeas corpus de Lula. “Como pode num domingo só (último dia 8) tanta aberração lidando com coisas graves como a liberdade do maior líder popular do País”, afirmou ele.
Ciro ainda fez menção à carta que enviou às empresas Embraer e Boeing solicitando “a suspensão das tratativas de compra da empresa brasileira pela americana”. O documento teria sido um dos fatores que assustaram os líderes e dirigentes do Centrão, o que resultou no recuo da formalização da aliança. “Quando eu escrevo uma carta suplicando respeito ao Brasil, não duvidem: a violência e a prepotência do capitalismo estrangeiro está aqui dentro.”
Convenções. O PDT dá partida hoje às convenções que vão oficializar os candidatos à Presidência. Também hoje, o PSC vai sacramentar o nome de Paulo Rabello de Castro (mais informações na pág. A8). No domingo, no Rio, acontece a convenção do PSL, que tem Jair Bolsonaro como postulante ao Planalto. Os partidos têm até 5 de agosto para realizar seus encontros.